segunda-feira, 27 de abril de 2009

o futuro é hoje

No início do século atual, tive oportunidade de efetuar viagem a um país, que se perguntado antes, consideraria a hipótese práticamente impossível e inimaginável: á milenar China.
Foi através uma empresa japonesa á qual prestava serviços que esse sonho se tornou realidade.
Partimos de São Paulo, pela Japan Air Lines rumo a New York, onde fizemos escala. Após rigorosos check ins e out, dada a neureso americana, após os trágicos atentados ás Torres Gêmeas, seguimos rumo a Tóquio.
NOsso roteiro foi através o Polo Norte e do alto vislumbramos as geleiras que cobrem aquela extensa região.
Aterrisamos no aeroporto de Narita onde visitamos algumas exposições,trocamos de aeronave e seguimos para Shangai pela China Air Lines, onde chegamos extenuados e atordoados, pelo implacável fuso horarío e nosso tempo foi acrescido de 27 horas, além, das 24 da viagem. Assim saímos as 5 horas da tarde do sábado de São Paulo e chegamos á Shangai, ás 8, da segunda-feira.
O aeroporto de Shangai é enorme, mas nada comparado ao atual, construído visando as Olimpíadas de 2008.
Num longínquo caminho do aeroporto á cidade, numa estrada plana e bastante arborizada, causando ótima impressão, tivemos algum preocupante impacto ao constatar que no taxi que nos conduzia, o motorista ficava isolado, dentro de uma grade, parecendo uma jaula. Desse modo, de início ficamos alarmados com a segurança da cidade.
Lembramos que na China os criminosos, são punidos com a pena de morte e que a família é obrigada a ressarcir ao Estado, o custo da bala, que fulminou seu parente.
Felizmente foi o único sinal de perigo, já que em toda nossa permanência, não vimos nenhum sinal de violência, embora nos demais taxis da cidade, aquelas grades estavam presentes.
Do aeroporto, fomos direto a um belíssimo restaurante onde belas recepcionistas, trajadas com lindos quimonos nos levaram até a mesa, especialmente reservada.
Apesar do cansaço e do "jet leg", desfrutamos de ótima refeição, prólogo de várias outras que viriam depois.
A mesa era redonda e no centro da mesma, numa outra giratória eram colocados os alimentos de que constavam o jantar.
Assim nos servíamos e girávamos a mesa interior, para o vizinho e para pegarmos outras comidas. A refeição constava de vários pratos, servidos em tijelas, com muitos vegetais, arroz,carne em pedaços, muito molho e algumas coisas para nós desconhecidas.Bebe-se muita cerveja; outra bebida forte, parecida com saquê e fuma-se muito, na China. Lá não chegaram as campanhas contra o tabagismo.
A seguir, fomos até enorme e moderno hotel, cujo restaurante no térreo tinha um estilo medieval, semelhante ao Távola Redonda, de Las Vegas, onde se come carne com as mãos, sob a luz de discretas velas.Senta-se em mesas de madeira massiça, pesadonas. É um lugar mágico.
Após a refeição, aqueles que ainda tinham pique, se dirigiram a uma rua onde existem inúmeras casa de massagem (no bom sentido), de onde voltaram revigorados.
Existem duas Chinas. Aquela que nós conhecemos na viagem e outra milenar, desconhecida dos turistas.
Notamos que como no Japão, aquele gatinho com uma perna levantada se encontra por toda a parte, é uma verdadeira febre.
Em 2002 a China era muito badalada, porém, bem longe do se falou e escreveu depois, principalmente, após Olimpíadas de 2008.
Pensei encontrar uma Shangai, ao nível daquela que conhecia dos filmes e livros, com ruas atulhadas de bicicletas, riquixás,casas com arquitetura típica e alguns becos escuros e sombríos, com resquícios das antigas casas de consumo de ópio.
O que ví foi uma cidade ultra moderna, coberta de prédios modernissímos, elevados,trânsito similar ás grandes cidades ocidentais e principalmente um rítmo frenético de novas construções.Gigantescos guindastes cortam o céu como enormes paliteiros.
Perto de nosso hotel, moderna avenida ostenta shoppings, restaurantes finos e as maiores e sofisticadas lojas de grife, de todo o mundo.
Grande rio, de onde partem navios de carga e passageiros, tem um movemento fantático e em suas margens vê-se edifícios futurísticos e uma torre monumental. Alí assistimos um espetáculo de ginastas e equilibristas, especialidades das quais os chineses são mestres.
A visita ao famoso museu de Shangai foi uma vistoria á China milenar, tal a quantidade de objetos, estátuas, jóias e preciosidades das diversas dinastias, que foram se sucedendo.
Uma coisa que constatamos é que apesar da China ser um país comunista e por ideologia ateu, é grande a religiosidade do povo.Visitamos enorme templo amplamente frequentado, dedicado a Buda, onde num pira perene, o fogo é objeto de pedidos da população, que alí deposita seus pedidos.
Para se ver alguma reminiscência da China antiga, torná-se necessário visitar o bairro antigo, preservado, onde se veem as antigas construções, riquixás, e um belíssimo jardim construído e preservado por um magnata da China imperial.
Para as compras de souvenirs e artigos de procedência duvidosa, fomos a enorme feira, onde em barracas, se encontra de tudo que se pode imaginar.
Outro passeio obrigatório foi a uma loja-fábrica de seda, onde se demonstra todo o processo de fabricação desse tecido, desde a plantação das amoreiras, á criação do bicho da seda, e á extração dos fios qee originarão esse cobiçado objeto de desejo. Alí são vendidas roupas de seda, que seduzem homens e principalmente, mulheres.
De Shangai fomos de ônibus, para uma cidade que é conhecida como a Veneza chinesa.
Passeio em barcos típicos constituem-se num dos principais atrativos da cidade.
Magnífico templo, coloca a cidade em evidência tal o número de visitantes procedentes, de todo o mundo.
Uma visita a uma grande cultura de abelhas e produtos derivados do mel, foi objeto de bela cerimônoa á qual compareceram autoridades da província. Interessante o costume dos orientais.Nas cerimônias, as autoridades e pessoas homenageadas são agraciadas com comendas de flores que são colocadas nas lapelas, para que os presentes os reconheçam. Todos os representantes de nossa comotiva foram devidamente prestigiados.
Na rua o povo é discreto, silencioso e se veste de maneira simples. Não se veem bermudas e muito menos mini-saias. Apenas aquelas saias longas,coloridas, com aberturas nas pernas sinaliza a feminilidade das mulheres.
De avião, fomos para Pequim ou Beijin como é conhecida pelos chineses, onde nos hospedamos também em enorme e moderno hotel, defronte a uma avenida com grande movimento.
Pequim, impressiona por seu tamanho e por seu ar extramanente poluído.O ar é quase irrespirável e se vê particulas de impuresas na atmosfera. Num belo restaurante que visitamos, cercados de paineiras, quase ficamos sufocados.Pessoas usando máscaras, são vistas por toda a parte.
Vê-se muitos bairros serem derrubados e reconstrúidos com enormes arranha-céus. O trânsito infernal com bicicletas disputando espaços com automóveis.
Uma visita ás muralhas da China em parte que fica próxima a Pequim, é passeio obrigatório e emoção certa, pois é difícil acreditar na grandiosidade daquela construção erguida a tempos imemoriais.Alí conhecemos jovem engenheira paulista, que alí estava á trabalho e se emocionou ao o ouvir idioma português. Foi nossa companheira nos passeio seguintes.
Não fomos a Xian ver os incríveis guerreiros e cavalos em tamanho natural, feitos em terracota e descoberto há alguns anos. São milhares e estavam soterrados. Felizmente pude conhecê-los em parte, numa exposição havida em São Paulo, algum tempo atrás.
Outra visita inesquecível é á Praça da Paz Celestial, a maior praça do mundo, onde se situam os grandes edíficio do estado.
Alí fica o mausoléu de Mao Tsé Tung, criador da China moderna e do regime comunista. A praça é rodeada por militares que especulam os turistas e dificultam fotos de locais proibidos.
Muito movimentado e visitada pelos chineses, que veem os turistas com grande curiosidade, os quais são fotografados e exibidos ás crianças, que nunca viram pessoas com olhos verdes, azuis, louras, ruivas, negras etc.
Ao fundo da Praça, sob um grande retrato do lider da revolução, Mao, está a famosa Cidade Proibida, imortalizada, pelo cineasta Bernardo Bertolucci, no filme " O último imperador".
A visita á Cidade Proibida emociona por sua grandeza. São inúmeras ricas construções que são alcançadas subindo várias escadarias, sob as vistas de monumentos e estátuas, e os olhares atentos de militares preocupados com a segurança de suas
riquezas.
Visitamos também templos suntuosos dedicados, a Buda e num deles o Buda é um jovem loiro.
Passeio imperdível á a rua das comidas típicas, que são consumidadas ávidamente pelos nativos chineses. Alí se encontra de tudo, escorpiões fritos, baratas tostadas, gafanhotos ao mel, galinhas, porcos, patos, etc, etc. Dizem que na China tudo que se move é alimento. Também saciar a fome de quase 1 milhão e meio de habitantes é tarefa hercúlea.
Jantamos num belo restaurante atrás dessa fólclorica rua, nos mesmo moldes da célebres mesas giratórias.Era o jantar de despedida da China e estavam presentes, brasileiros, chineses, coreanos, taiwaneses e japoneses, que participaram do encontro anual dos representantes da indústria de produtos naturais, que patrocionou o evento.
Comidas exóticas não faltaram. Algas servidas num molho gosmento foi um dos acepipes. Tive a oportunidade de perguntar do que se tratava, após degustar uma bela porção. Me foi respondido que era uma alga servida com esperma de um peixe de água doce. Fiquei pasmo e me lembrei de outro insólito alimento ingerido em Buenos Aires, numa suculenta parrilhada, que consiste numa porções de diversos tipo de carne, servidos á mesa, sob fumegante braseiro: bagos bovinos. Completei assim meu ciclo de pratos sexo-excêntricos...
Interessante é a competição travada á mesa entre os chineses. É considerado mais macho o que bebe mais, aquela forte bebida estilo saquê. Bebe-se um copo em seguida do outro e áquele que aguentar mais firme, vence a competição. Impressiona a quantidade ingerida e a resistência dos apostadores.
Fuma-se muito também na China, sem qualquer ação coercitiva do governo.
Notei para meu espanto, observando o povo chinês, que a grande maioria é magra, esbelta apesar de comer bastante e beber ainda mais. Na mesa se consome muita cerveja, nada de água.
No Japão se encontra pessoas obesas, mas na milenar China, não ví nenhuma pessoa acima do peso. Lembrei-me das visitas aos Estados Unidos, onde o número de obesos é assustador. Aquelas loirinhas lindas e esbeltas só se encontra nos filmes sobre adolescentes, universitários, etc. Na realidade, quanta diferença...
Tenho minha própria teoria a respeito acerca da esbelteza do povo chinês.
Na China abundam casas de chá, com centenas de espécies e para as mais diversas finalidades. Visitei algumas e observei que a preparação do chá segue rituais milenares e é consumido por toda população. Acredito que o chá tem poder emagrecedor e curativo. Aliado ao uso de bicicletas para o transporte e a prática de exercícios coletivos, como o Tai Tchi Chuam exercido por milhares de pessoas nas grandes praças,que concorrem para tornar um chines magro por excelência.
Por analogia me parece que o gaúcho riograndense, apreciador de churrascos, carne gordurosa e muito sal grosso, não é um povo condenado a doenças vasculares e do coração, devido ao fato de consumir muito chimarrão, que de certo modo, "limpa", as impurezas da gordura, ávidamente consumida.
Nos contatos que tive com o povo chinês, principalmente em Shangai e Beijin ví muitos yupees, jovens bem sucedidos que abarrotam os restaurantes e consomem roupas de grife. Alí parece que o comunismo corre ao largo e fica restrito á outra China, mencionada no início deste relato.
Para se conhecer a outra China aconselho a leitura do livro da jornalista da Rede Globo, Sonia Bridi, que morou na China, como correspondente, por cerca de 4 anos, e relatou sua experiência nesse livro.
Outra fonte é o recente filme italiano " A Estrela Imaginária", ao qual assistí recentemente.
O enredo trata de um técnico italiano, criador de uma válvula para seu usada num equipamento utilizada na indústria siderúrgica.
Uma destas máquinas foi vendida para siderúrgica da China e esse técnico descobriu que essa válvula, importantíssima, tinha um defeito de fabricação, que poderia trazer graves danos á siderúrgica e sua produção.
Após cuidadosos estudos aperfeiçou essa válvula e ficou com a consciência pesada e decidiu de substituir a válvula danificada, vendida á China.
Ocorre que por se tratar de cliente esporádico, que adquiriu a máquina por terceiros, esse técnico não teve apoio de sua empregadora para se locomover á China e efetuar a devida troca da peça.
Não tinham sequer o nome da siderúrgica, nem o local em que se situava.
Obstinado o técnico italiano, juntou seus recursos economizados e embarcou para a China, objetivando efetuar a devida troca da válvula.
Chegou a Pequim e sem conhecer uma única palavra do mandarim e sem saber se locomover e onde se localizava a fábrica, contratou os serviços de uma jovem chinesa, que falava italiano para auxiliá-lo em seu mister.
O fato de um cidadão ocidental estar em companhia de uma jovem chinesa causou grande curiosidade e todos olhavam surpresos para o estranho casal. O italiano, quarentão, narigudo, algo taciturno e a chinesinha, 22 anos, magrinha, realmente formavam uma dupla "sui generis" e como uma das primeiras providências, foram a uma espécie de chefatura de polícia, solicitar informações.
Alí foram tratados com grande desconfiança, detidos e a peça trazida, amedrontou os policiais que a primeira vista pensaram se tratar de uma bomba.
Com uma comunicação difícil o italiano desmontou a peça e desesperado, tentava explicar ao comissáro a razão de sua ida á China.
Foi detido e encarcerado, enquanto a jovem chinesa ficou sendo interrogada. Após algumas horas o técnico foi solto e recebeu sua peça desmontada. Se dirigiu então a um elevado, nas imediações da delegacia e montou seu suposto artefato, quando notou que faltava, importante e fundamental peça.
Após alguma horas de vigília, viu a chinesinha que deixava o edifício, com alguns ferimentos no rosto. Alarmado, se dirigiu á mesma, solicitando o relato do que havia acontecido.
Com naturalidade a chinesa informou que na China era assim mesmo e que estava acostumada, para ele não se preocupar. Queriam apenas informações da razão da viagem do italiano ao país. Este então lhe informou que a viagem estava cancelada, pois sem a peça faltante, a válvula não funcionaria. Ao que a chinesinha tirou, com um sorriso, de suas vestes, a pequenina peça.
Começaram então uma maratona de visitas e pedidos de informação, visando a localização da siderúrgica procurada,e nesse ínterim a jovem foi inteirando ao técnico os aspéctos culturais, sob o prisma do cidadão comum, de seu milenar país.
Levou-o então ao local que morava, uma república, onde viviam muitas mocinhas de aspécto similar, á nossa protagonista, com quartos minúsculos onde se misturavam roupas, alguns móveis e camas onde dormiam, amontoadas.
Descolou então para seu patrão italiano, com uma vizinha, um banho, numa banheita emprestada.
Perguntada pelo técnico por que optou por aprender o italiano, a jovem lhe respondeu que como não tinha as melhoras notas na escola, teve que renunciar ás linguas mais valorizadas como o inglês, porque a concorrência lhe vedaria a entrada na faculdade. Com o italiano que era uma língua menor, quase desconhecida, suas chances seriam maiores.
Numa visita a uma repartição a jovem teve um momento de fraqueza, começou a chorar e o técnico condoído, ofereceu seu ombro para consolá-la. Um rapaz vendo a cena e julgando erroneamente , aos brados começou a chamá-la de prostituta, ao que a jovem virou uma leoa e reagiu violentamente, ante o olhar estupefato do italiano, que não estava entendendo nada. Novamente a jovem desconversou e disse que na China era assim mesmo.
Explicou ao italiano o significado das estrelas que fazem parte da bandeira chinesa: a honra do povo,sua honestidade, o amor ao trabalho, á pátria; daí o título do filme " A estrela imaginária", aquela que ficou faltando.
Após muitas pesquisas descobriram uma siderúrgica que havia adquirido uma máquina na Itália. Continuaram seu périplo chines, bastante esperançosos, porém, para decepção do técnico constataram não ser a mesma, já que máquina italiana havia sido adquirida há mais de 10 anos.
Para sua surpresa o técnico constatou as precárias condições de trabalho vividas pelos empregados da siderúrgica. No meio da produção com péssimas condições de higiene viviam famílias, com muitas crianças, cujo trabalho era fazer a limpeza, no meio de toda aquela confusão. Moravam na fábrica, em meio á produção, nas condições, as mais insalubres.
Horrorizado deixou a fábrica e conduzido pela jovem se dirigiram á aldeia natal da pequena intérprete.
Numa pequena casa, junto com outras famílias viviam sua idosa avó, que os recebeu bastante emocionada, já que não via a neta há mais de dois anos. A jovem perguntou então onde estava um menino que a senhora criava e foi-lhe respondido que estava brincando fora com outros garotos.
A jovem se dirigiu ao pátio e emocionada tomou o garoto de 4 anos nos braços. Disse ao italiano que se tratava de garoto abandonado ao nascer e que estava sendo criado por sua avó.Explicou que na China o governo adota a política de filho único e que se os casais não a seguem poderâo pagar pesadas multas, além de outras penalidades. Como os casais preferem meninos é grande o número de meninas abandonadas ou vítimas de infanticío ao nascer. O número de abortos também é muito grande, quando a mãe descobre o sexo do feto, ao fazer o pré natal.
Disse ainda que uma moça solteira que fica grávida, cai em desgraça, fica difamada e sem condições de arrumar emprego ou estudar, principalmente nas pequenas aldeias e o bebê geralmente é abandonado.
Durante o período que passou na casa da avó da jovem, o técnico se apegou ao garoto, muito vivaz e inteligente e praticamente não se desgrudaram.
Tinham, porém de continuar a procura á siderurgica e prosseguiram viagem, nas mais precárias condições, em ônibus e caminhões.
Acontecem momentos de ternura em que a jovem já bastante apegada ao técnico tudo faz para tornar a viagem mais confortável, inclusive, dividindo a pouca alimentação que consegue.
Viajando na carroceria de um caminhção lotado, a jovem diz que perto dali se encontra uma das maiores barragens do mundo.
Lembrei-me então de palestra proferida por Joemir Betting, acerca da China, onde o mesmo afirmou que um dos maiores entraves para o futuro progresso daquele país é a falta d'água, já que sua principal fonte de abastecimento, o Rio Amarelo se encontra saturado, pois tem que fornecer bebida á população, suprir o aumento das necessidades das fábricas e abastecer as necessidades crescentes da agricultura. Assim faltará água para a agricultura e países como o Brasil, grandes produtores de alimentos, poderam se beneficiar, exportando em grande quentidade, alimentos para aquele país.
Condoído pelas agruras que tem feito a jovem passar, em sua inglória busca, resolve dispensá-la de suas funções, mesmo porque não havia combinado nenhuma paga por seu trabalho, ao que a jovem recusa veementemente e diz que vai com ele até o fim.
Aproveitando um momento em que a jovem, dorme exausta, o técnico dá dinheiro para a motorista do caminhão levar a jovem e coloca em suas vestes, praticamente todo seu dinheiro. Segue então sozinho a procura de fábrica que teria adquirido a máquina italiana há menos de um ano.
Exausto, chega á siderúrgica e desconsolado fica sentado em frente á mesma com a peça na mão. Desconhecendo o idioma fica horas tentando se comunicar, até que um técnico chinês se aproxima e vendo a peça perece entender sua serventia. Através da mímica o técnico tenta explicar a razão de sua vinda e o chinês se encarrega de levá-la á siderúrgica, já que a entrada do técnico na fábrica, é proibida.
Esperançoso e acreditando ter cumprido o objetivo de sua viagem, após o exaustivo périplo,pelo território chinês, o técnico inicia sua jornada de volta.
Ocorre que o técnico chinês inicia uma série de consultas a seus colegas e cada um vai descartando qualquer providência alegando que todas as peças são iguais, até que um deles, descarta a peça, arremessando-a no lixo...
Sujo, faminto e exausto o italiano, chega num bifurcamento de estrada e encontra a jovem sentado num banco, com a esperança de encontrá-lo.
Segue-se um diálogo terno, a jovem divide um pedaço de pão e confessa que o menino da aldeia é seu filho, o qual teve, seduzida por um rapaz e teve que deixá-lo com sua avó, para tentar estudar e dar melhores condições de vida a ambos.
Sente-se no ar um clima entre o italiano quarentão e a jovem chinesa, e juntos prosseguem o caminho de volta, ficando o futuro na imaginação dos expectadores...
Conclui-se que é o encontro entre uma civilização moderna européia e a milenar chinesa, suas diferênças, problemas e esperanças.
Como ideia, seria a construção de um grande centro cultural, em vasto espaço, onde os visitantes teriam acesso a pavilhões com artigos chineses, um teatro para apresentação de peças, espetáculos de equilibrismo, shows de tambores, exibição de filmes, etc. Um local para a experimentação das várias espécies de chás e suas várias infusões. Um espaço para as festas tradicionais, como Ano Novo, com seus dragões, lanternas e vestes coloridas, reuniões para a prática do tai tchi chuan e outras artes marciais. Templos completariam o ambiente, que seria um pedaço da China no Brasil.

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