sábado, 28 de março de 2009

saudades da família

Anos atrás o Brasil inteiro ficou revoltado com a morte de uma linda jovem chamada Cláudia, assassinada por um play boy, filho de endinheirado suiço e atirada nas pedras, de avenida que contorna o mar, a caminho da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
O assassino logo fugiu para a terra do pai e como tinha dupla cidadania, apesar de todos os esforços, a Suiça não concedeu a extradição. Por ironia, faleceu anos mais tarde, também por causas trágicas.
Fico muito envergonhado quando assisto a filmes de assaltos a bancos e outros crimes e os facínoras se safam fugindo para o Brasil, a exemplo do que ocorreu com o famoso Mr. Biggs, o famigerado ladrão do trem pagador, na Inglaterra.
No célebre e recente caso do assassino e terrorista italiano, Cesare Batisti, pedido e negado pelo Brasil, fica um pouquinho de sentimento de"vendeta", já que o governo italiano, nos casos de cidadania, se porta ás vezes com oportunismo ou mesmo com certa bajulação.
Quando é dos interesses dos italianos, como em vários casos de jogadores de futebol a cidadania é rapidamente concedida, mesmo quando o beneficiado tem ascesdência italiana remota ou simples parentesco, como o recente caso do cantor e ex-ministro, Gilberto Gil.
O que não dizer de Dona Marisa, que virou italiana a jato e com poucos ascendentes da Velha Bota.
Há muitos anos tenho tentado conseguir minha cidadania e estou preso á burocracia dos simples mortais e, olhe, que possuo 4 avós italianos e minha esposa, outro tanto.
Minha filha Vivian se casa dentro de alguns dias.
Fiz questão de convidar ao menos, um representante da família de minha mãe, Biondo, uma vez que a maioria deles, infelizmente, já faleceu e o contato com os primos foi se dispersando, como soi acontecer.
Em companhia de meu irmão, Nildo, fui recebido de maneira principesca, por minha prima Kate e seus marido Marcos. Kate é filha de meus padrinhos, Tios. Chiquinho e Angelina, infelizmente já falecidos.
A conversa foi muito agradável quando recordamos momentos de nossa mocidade e tivemos notícias de outros parentes queridos.
Infelizmente soubemos que os queridos primos Lascides e Luertim, últimos primos vivos, filhos de meus tios João e Maria, também faleceram.
A lembrança de meus avós, tios, primos foi se aflorando e algumas vezes sentimos nossos sentimentos embargados pela emoção e saudade.
Após algumas horas de agradável convívio Kate comentou que estava com seu processo para conseguir a cidadania italiana, adiantado, com data marcada para entrevista no consulado, o que me deixou perplexo, pois a cerca de 5 anos, aguardo a chamada para esse contado.
Kate me forneceu alguns documentos de seu processo e aí descobri alguns novos dados acerca de meus ascendentes por parte de mãe, os quais desconhecia, pois tinha pesquisado mais do lado de meu pai.
Descobri que meu avô, ou nono, como o chamava, Francesco Biondo, chegou ao Brasil,no porto de Santos. pelo navio Provense no dia 11 de outubro de 1887. Tinha 15 anos e seu responsável era meu bisavô, Felice Biondo, então com 43 anos. Minha bisavó era Maria Perissinoto, então com 42 anos.
Vieram com eles, meus tio avós, Maurizio,19,Elisa,17,Antonio,16,Giuseppe,12,Giovanni,10 e Angelo,4.
Vieram ainda meus tataravôs,Maurízio Bortolozzi,71 e Marina,71. Acompanhava a família a tia de Francesco,Angelica Rossetto, 27, os primos, Gino,11,Carlos,9,Maria,5,Gemma,4 e Teresa, 1.Vieram também os tios, Francesco Bertoluzzi,73,Chiara,74 e Francesco Biondo,29.
Meu avô, Francesco, era nascido em Fossalva di Piave, Provincia de Venezia.
No Brasil, Francesco casou-se com Catarina Miotto Biondo, natural de Treviso, Italia. Era filha de Luiz Miotto e Giovanna Paver e tiveram os filhos: João, Luiz,Maria, Antonio, Francisco e minha saudosa mãe, Salomé.
Fico matutando; com tantos parentes que chegaram ao Brasil naquele navio, os quais cresceram e se casaram e tiveram filhos, com quantos parentes a gente se cruza e não sabe. É comum se deparar com pessoas com o sobrenome Biondo,Perissinoto, Bertolozzi,Rossetto,Miotto,Paver e não sabermos que traços sanguíneos comuns, podem correr em nossas veias.
Com tanta ascendência italiana é difícil se conformar com a dificuldade que encontamos em termos nossa cidadania reconhecida.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Vivian

Quando você nasceu, entre encantado e comovido, agradeci ao Criador pelo milagre da vida e por tê-la enviado perfeita e com saúde.
Com o passar dos tempos fui me apercebendo como você era especial e me incentivou a trabalhar com afinco para poder lhe proporcionar uma educação moderna e condizente, para enfrentar as vicissitudes da vida, que se apresentam no decorrer de quaisquer existências.
Desde a mais tenra idade você demonstrou ser dotada de personalidade definida e determinada.
Do que você gostava ia em frente, do que não gostava, esquece...
Sempre foi boa aluna, aplicada e com sêde de aprender, porém sempre teve pavor de ser considerada "nerd".
De meus gens tenho orgulho de propagar que herdou três características: o amor pela leitura, pelo escrita e o gôsto de se envolver com o desconhecido, principalmente em conhecer novos povos e lugares.
Vejo sempre você com um livro na mão e seu amor para transformar seus pensamentos em textos é um fato marcante em sua vida, desde as poesias iniciais aos escritos atuais, profundos, mas joviais e espirituosos.
Com relação á terceira, lembro-me de alguns episódios cravados em minha memória: numa viagem á Pousada de Rio Quente, você com 5 anos, era debutante em viagens de avião. Ocorre que o céu não estava para brigadeiro e as turbulências foram constantes no período. Ao lado de sua mãe, aflita e muda, eu para não lhe assustar, dizia das maravilhas pelas quais estavamos passando, tão divertidas como numa montanha russa. Você acreditou e ficou comentando alegremente as delícias da viagem. Depois disso, foram dezenas de vôos, dos quais você nunca demonstrou qualquer temor ou apreensão.
Noutra, aos 10 anos, numa viagem de férias á Fortaleza eu, indisposto não as acompanhei num passeio de barco pela orla da cidade. Sua mãe retornou horrorizada, pois teve que fazer os maiores esforços para impedi-la de se jogar ao mar, como faziam intrépidos rapazes que participavam do passeio e isso sem nunca, você, ter entrado em águas profundas...
Já mocinha, aos 15 anos, obrigou sua mãe apavorada, a se jogar no mar em Cozumel, para com snorkel, examinar os peixes exóticos e coloridos que povoam aquela paradisíaca ilha. O que não dizer de seu gôsto em enfrentar as montanhas russas e os brinquedos mais ousados da Disneyworld, dos quais eu nem admitia passar perto?
De meus conselhos e orientações você sempre seguiu o que sua persolidade permitia. Assim a escolha da profissão foi um ato de pura vocação e o jornalismo foi o farol que norteou sua trajetória escolar e profissional.
Nessa área, você se realiza e é nesse meio, que se encontram grande parte de seu infinito número de amigos.
Aí você acha oportunidades de desenvolver seu espírito aventureiro como nas recentes viagens que empreendeu no sertão do Amazonas e na mística India.
Agora, nessa nova etapa da vida, só me resta desejar muita alegria, sucesso, paz, harmonia e venturas, pois sei que encontrou sua alma gêmea, já que Rafael a completa e certamente a fará feliz, com muito respeito, amor e dedicação.
Estarei torcendo para que todos seus desejos se realizem, pois sei que denodo e garra não lhes faltam, ficando na doce espectativa que você me premie com uma descendência igual a você, amorosa, cheia de fibra e dotada daquelas características, já citadas: amor aos livros, a escrita, ás viagens, á familia, ao amigos e ao trabalho.
DEUS TE ABENÇOE.
de seu pai Nilson