quarta-feira, 22 de abril de 2009

Liberdade -a terra do sol nascente

Sou um "gaigin", apaixonado pela cultura oriental. Transferindo-me para a capital em meados do século passado, encantava-me passear pelo bairro da Liberdade e conhecer um pouco da cultura japonesa, já que alí se radicavam a maioria dos nipônicos, moradores em São Paulo. Hoje eles se espandiram por quase toda zona sul.
Na época, três cinemas exibiam filmes produzidos no Japão, para deleite de seus nostálgicos frequentadores, o Joia, na Praça Carlos Gomes, o Niteroi e o Tokio, na Galvão Bueno e imediações.
O tempo foi passando e novas ondas de orientais aportaram em nossa cidade, principalmente, chineses e coreanos, e muitos dos quais instalaram seus restaurantes, lojas, bares, etc, naquela região.
Escolas, centros de cultura, serviços, academias de lutas marciais,várias publicações, etc, completam o quadro de atividades empresariais, mantidos por essas colonias. Muitos templos, das várias religiões de origem oriental foram construídos e hoje, inclusive, são frequentados por muitos brasileiros.
O paulistano convive perfeitamente com essas culturas, havendo uma verdadeira simbiose entre elas, basta ver a quantidade de comidas de origens, orientais, como o sushi, o sukiaki,yokisoba que são encontrados em quaisquer restaurantes, inclusive os populares, por quilo.
As grandes festas típicas foram introduzidas no calendário da cidade, como o Ano Novo Chines, A festa dos bolinhos japoneses do início do ano, o Festival das Estrelas, o Festival das províncias japonesas, etc.
Nesses festivais temos a oportunidade de provar comidas típicas das várias regiões, conhecer a tecnica das dobraduras, do bonsai, hai kai, apreciar danças e musicas, ouvir tambores, apreciar exposições de flores, especialmente orquídeas, admirar a delicada cerimônia do chá e conhecer
os demais aspéctos dessa milenar cultura.
A participação dos orientais na economia de nosso país é enorme, notadamente na agricultura, onde são os responsáveis por grande parte de nossa produção, abastecendo nosso mercado consumidor. Seus filhos estão perfeitamente adaptados em nossa sociedade se destacando nas atividades escolares, políticas e empresariais.
Inclusive a miscigenação com brasileiros oriundo de outras nacionalidades é cada vez mais crescente, mostrando que nesses 100 anos da vinda dos primeiros imigrantes, que a integração é total. Até a personalidade dos jovens se entrosou perfeitamente, pois os outrora contidos e tímidos niseis, hoje são expansivos e comunicativos, como quaisquer brasileiros.
Aprecio em especial o Festival anual da cultura japonesa que se realiza geralmente no Centro de Exposições da Agua Funda, perto da Imigrantes.
Alí, durante dois fins de semana, realizam-se exposições da arte japonesa, danças, músicas, produtos agrícolas, artes plásticas, barracas típicas, etc. Ponto alto é o gastronômico com barracas representando todas as províncias, com suas comidas exóticas, diferentes e principalmente saborosas. Doces e bebidas, como o saquê, completam esse espetáculo para o paladar. Novidades para nossos sabores, como os sorvetes quentes, são delícias para quem os consomem.
Nossa proposta é:
Por que não se aproveitar a estação de Metrô da Liberdade e se motive os empresários a contruirem um Shopping, nos moldes do Santa Cruz ou Tatuapé, mas com características orientais?
Lojas vendendo produtos dessa origem, cinemas exibindo filmes dessa procedência, já que os que existiam foram extintos, lojas de artesanato,de música,quadrinhos, roupas, sapatos, artigos religiosos. Academias de lutas, tai chi chuan, bares com karaokê, um teatro para danças, peças e shows da colônia. Local para cerimônias do chá, Kung fu , bonsais, dobraduras, arte da escrita, apuncultura e da tradicional medicina chinesa, orquídeas, etc.
Na Praça da Alimentação haveria boxes de todas as províncias, tornando permanente a possibilidade dos apreciadores das comidas típicas, usufruirem dessas delícias, durante todo o ano. Seria como um Festival do Japão e demais nações orientais, fixo e tenho certeza com frequencia crescente, não só por parte dos integrantes das colonias, como por todos os paulistanos e turistas, apreciadores da cultura oriental.

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