quinta-feira, 25 de novembro de 2010

X - Ilhas Britânicas - Londres - relato final

Na noite anterior de nossa partida resolvemos sair para algumas compras e nos dirigimos á loja de departamentos Boots da Gloucester Road. Alí adquirimos alguns souvenirs e passamos para shopping ao lado onde jantamos saborosas massas regadas á água italiana San Pelegrino. Os atendendes eram extrovertidos italianos que nos deixaram bastante á vontade.
Na manhã seguinte, dia de nossa partida para Southampton, de onde partiria o navio Crown Princess rumo ao esperado cruzeiro, levantamos cedo para efetuarmos nosso derradeiro passeio da estada em Londres.
O dia amanheceu chovendo e tivemos oportunidade de louvarmos nossa providência de trazer um "umbrelo" em nossa bagagem. Mais algumas compras de última hora e chegou a hora de nosso embarque.
Tivemos então oportunidade de nos encontrar com a senhora que havia sido acidentada na porta giratória do hotel.
Tratava-se de uma senhora de Florianópolis que viajava em companhia de uma filha.
Soubemos que foi muito bem atendida em hospital londrino e o atendimento não foi oneroso, já que a assistência médica inglesa é gratuita e de primeira qualidade. Nem seguro viagem precisou ser acionado.No local fraturado, clavicula, foi colocada faixa com a recomendação de que não fizesse maior esforço, porém sua viagem foi autorizada.
O staff do hotel prestou toda a cobertura, talvez preocupados com possível pedido de indenização, já que a porta realmente é perigosa, principalmente para pessoas de idade.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

IX- Ilas Britânicas- Ainda Londres

Após breve descanso no hotel, retornamos á principal rua comercial de Keysington para o almoço. Segundo nosso guia espanhol, a comida mais típica dos londrinos, equivalente ao nosso feijão com arroz é o popular " fried and chicken", encontrado na maior parte dos restaurantes. Optamos por um, servido por garçons indonésios e o prato se revelou para nós, ser bastante saboroso: um imenso peixe, salada e uma porção de fritas. Sentamos ao lado de uma família portuguesa, com a qual travamos agradável conversação.
Em seguida nos dirigimos á rua dos museus, passando por várias embaixadas e por casas vitorianas com belíssimas floreiras multicoloridas.
Optamos por conhecer o Museu de História Natural e quase desistimos ao nos depararmos com as imenas filas. Na Inglaterra os museus são gratuitos e famosos por sua grande qualidade, o que explica o grande fluxo de turistas.
Já escolados, usamos o expediente de nos dirigirmos a uma jovem fiscal e inocentemente lhe perguntamos se pessoas na terceira idade não tinham preferência para entrar.A jovem estranhou, já que havia muitos idosos na fila, porém nos introduziu no museu.
Usamos semelhante artificio ao utilizado, para tirarmos nossos novos passaportes, pois os antigos estavam vencidos.Como o sistema de se marcar pela internet se revelava inviável, pois não conseguiamos datas de atendimento, nos dirigimos "com a cara e a coragem" e documentos, ao posto do Shopping Ibirapuera. Ali perguntamos a simpático atendente se não teriamos preferência por sermos idosos. O rapaz perguntou se tinhamos pago a taxa obrigatória e nos instruiu que fizessemos no posto bancário do shopping e retornassemos em seguida, o que fizemos e em cerca de meia hora saimos com o protocolo para retirarmos nossos passaportes, após uma semana. Nesse caso os horrores da idade tiveram sua compensação.
O mesmo ocorreu quando tiramos o visto no consulado americano, quando a idade também nos beneficiou. Isso,após enfrentarmos imensa fila tendo como companhia a famosa ex-chacrete, Rita Cadilak.A se lamentar que nosso visto teve a validade de 5 anos sendo que uma semana após a validade passou a ser de 10 anos.
O museu é imenso, e exibe ossadas de animais pré-históricos e muitas outras atrações do mundo animal, dando grande destaque ao grande criador da Teoria da Evolução das Espécies, Charles Darwin e seus seguidores. Bastante cansados desistimos de visitar outros museus, o que deixamos para outra oportunidade.
Fomos então até uma casa de câmbio objetivando trocar nossos "travellers" o que se revelou frustrante, após o atendente verificar nossos cheques. Optamos então, por comprar libras esterlinas com nosso cartão, já que teriamos que utilizá-las em outros países que constavam de nossos roteiro. Fizemos então algumas compras, inclusive as imprescindíveis águas minerais e nos acostumamos com os preços salgados, para nosso bolso. Quase nada custa menos de três ( quer sejam libras esterlinas ou pounds com dizem os ingleses, ou euros ou dólares).Para não ficarmos nervosos quando viajamos, precisamos esquecer as conversões em nossa moeda, mesmo considerando a grande valorização de nossa moeda.
Passamos então por uma confeitaria onde nos deliciamos com saboroso café, com uma torta de frutas típica. Maravilhosa massa cremosa, entremeada com morangos e blueberry.
Retornamos ao hotel para um merecido repouso, porque mesmo pagando em pounds, ninguém é de ferro...
Procuramos nos distrair com a TV, porém a programação inglesa e mesmo as estrangeiras, á cabo, não apresentavam programação de interesse. Jogos de cricket, notíciários locais, rugby, filmes, etc, não atrairam nossa atenção.
Salvou-se apenas meu rádinho,que sintonizado em FM, local deu-nos a oportunidade de ouvirmos boas músicas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VIII- Ilhas Britânicas - Londres

A entrada em Londres se transcorreu sem maiores transtornos. No aeroporto fomos recebidos por duas guias facilitadoras locais, uma espanhola que ficou com o grupo carioca e uma mineira, falsa loira, que se revelou de uma ineficiência total. Durante todo o traslado entabolou conversa com as viajantes de Belo Horizonte e não se dispôs a dirigir quaisquer informações aos demais viajantes.
Chegamos ao hotel Holliday Keysington e a guia espanhola tomou a iniciativa de todas as providências.
O hotel foi uma bela surpresa. Excelente localização, num dos principais bairros da capital londrina, tinha apartamentos amplos, confortáveis, com todas as comodidades: TV a cabo, refrigerador,secadora e ótimo banheiro. Este inclusive dotado de varal que nos convidava a manter nossas camisetas,meias e roupas íntimas sempres limpas. As instalações comuns do hotel também era ótimas, principalmente os refeitários, pool aquático,pub, bares, sauna, salão de beleza, lojas, internet, salões de conferências e demais comodidades. Os encarregados dos serviço de portaria e os camareiros também eram gentís e muito competentes.
Referência especial ao excelente café da manhã, sistema buffet,muito variado, recepcionado por simpáticas atendentes de origem oriental. Aliás no hotel, como em toda Londres, lojas, casas de câmbio, hotéis, restaurantes, bares,etc, são mantidos por funcionários de outras nacionalidades, notadamente, indianos,paquistaneses,norte-africanos, caribenhos, indonésios, etc. Parece que os ingleses não se dispôe a executar trabalhos subalternos.
O hotel de origem americana, parece manter sempre lotação total e chama á atenção as tripulações das aeronaves de várias empresas que alí costumam se hospedar.A se registrar a faixa etária dos comandantes,equipe técnica e comissárias, algo avançadas.
Instalados, de banho tomado, embora bastante cansados,resolvemos fazer uma volta de reconhecimento pelo bairro. Constatamos ser uma região com muitos e bons hotéis, de várias bandeiras e com instalações em estilo vitoriano ou georgiano, não muito altas, mas de arquitetura muito bonita.Neste aspécto nosso hotel destoava com sua imponente estatura.
A cerca de 200 metros chegamos na área comercial do bairro Keysington com muitos bares, restaurantes, lojas e casas de câmbio. Numa pracinha, Irene se deparou com extravagante senhora judia que distribuia milho para uma multidão de pombos que a rodeava. Após uns bons 15 minutos de esquisíta conversação, consegui que Irene se dispusesse a prosseguir o passeio.
Á poucos metros dalí se situa a estação do "underground", metrô, estação Gloucester e ao lado uma espécie de shooping center, com restaurantes, lojas, cafés, bares, farmácia e casas de câmbio e mais para a esquina uma loja da famosa rede Boots, considerada uma das mais populares de Londres.
Do outro lado da rua, cheia de restaurantes e lanchonetes, chamou-me á atenção uma loja da rede Kentucky Fried Chicken, para mim de saudosa memória, já que o estabelecimento da Avenida Paulista, que costumava frequentar, fechou suas portas.Fã do frango frito na mesma, carro chefe da rede, convenci Irene e me deliciei com farto consumo daquela iguaria.
A seguir, prosseguimos nosso passeio e retornamos ao hotel, pois o cansaço era grande.
Na manhã seguinte, antes de sairmos para o "city tour" programado, resolvemos conhecer outras ruas do bairro,e nos deparamos com bonita igreja, bastante antiga.
Na hora marcada para a saída do passeio, inesperado incidente atrasou nossa partida. A porta principal do hotel tinha o sistema giratório e era bastante rápida, sendo que uma senhora do grupo ficou presa, caiu e fraturou a clavícula.Imediatamente socorrida por membros do grupo e do hotel, principalmente por jovem médica, a mineira de Belo Horizonte, foi encaminhada a hospital para a devida assistência.
Nosso guia Dalmo se encarregou de acompanhá-la. Para substitui-lo no tour foi contratado guia local, um espanhol que se revelou bastante competente.Como curiosidade registre-se que como todo espanhol, costumava dizer o nome dos reis, políticos e figuras da história traduzidos para seu idioma pátrio.Assim o principe Charles era Carlos, Edward, Eduardo, a rainha Elizabeth, Izabel,Diane, Diana, Mary Stuart, Maria Estuarto e assim por diante...
O tour foi bem interessante e passamos pela área histórica, pela medieval,parques e os principais pontos turísticos da cidade, como a Torre de Londres,o Tãmisa, a Prefeitura,a Trafalgar Square, a famosa Harrods ( recentemente vendida pelo pai do ex-noivo da princesa Diane, Dodi) museus, a catedral de Saint Paul, local do casamento de Charles e Diane, o Parlamento, com o famoso Big Ben. Na verdade o famoso relógio, cuja réplica em tamanho menor, vemos na estação da Luz em São Paulo, ficou conhecido como Big Ben, sendo que o sino dentro do parlamento é que recebe esse nome.
Visitamos também a famosa roda gigante, a Catedral de Westminter e o Palácio do mesmo nome, onde assistimos a famosa troca da guarda, juntamente com uma multidão de turistas de todos os matizes e nacionalidades.
O grupo no final do passeio foi deixado na Oxford Street e suas poderosas lojas.
Em nosso retorno atravessamos o Hyde Park e o Green Park e retornamos ao hotel passando pela avenida em que estão situados os principais museus da capital londrina e várias embaixadas de países exóticos.

sábado, 20 de novembro de 2010

VII- Ilhas Britânicas - Conexão em Paris

A conexão em Paris se revelou uma pequena odisséia, somente atenuada pelo fato de estarmos ainda na ida, com grandes perspectivas de dias muito agradáveis e reveladores.
O Aeroporto Charles de Gaulle é enorme e somente viajantes experientes conseguem se movimentar pelo mesmo sem uma boa dose de estresse.
No caso tivemos que nos movimentar do portão de entrada na ala internacional e nos dirigir ao longínquo portão onde tomariamos nossa conexão para Heathrow, em Londres.
O "check in" de entrada em Paris é bastante rigoroso. Tivemos que tirar sapatos,malhas, exibir objetos dos bolsos e passar por detetores de metais. Vários pertences de companheiros de viagem foram retidos e no nosso caso tivemos de entregar nossas garrafas de água mineral, que tinhamos reservado para nossos medicamentos.
Interessante é constatarmos que dentro de nosso grupo surgiu um rapaz esquisito, andrógino que nos pareceu que se emiscuiu, para passar desapercebido e passar pela alfãndega. Não foi mais visto.
Vencida essa etapa. após longo trajeto em que passamos por três escadas rolantes, uma comum e uma longa esteira, chegamos a um trenzinho que nos levou até o terminal para o "check in" do voo para Londres.
Ao efetuarmos a apresentação de nossa passagem, uma atendende num francês acelerado, criou um clima, dando a entender que estávamos em assentos exclusivos de passageiros que dominassem fluentemente o francês e o inglês, uma vez que aqueles lugares se localizavam junto as portas de emergência. Embora Irene domine o idioma francês e nos viramos em inglês, a francesinha se mantinha irredutível e somente com a interferência do guia Dalmo, o problema foi resolvido. Interessante que os lugares foram escolhidos pelo atendente da Air France que fez o check in no aeroporto de São Paulo. NO avião o comissário de segurança da tripulação estranhou o comportamento de sua colega do aeroporto, já que os controles são de sua responsabilidade e que estávamos perfeitamente aptos para ocuparmos os referidos assentos, que repetimos não solicitamos.
Localizado o portão de embarque para nos preparamos para a longa espera.
Resolvemos então trocar alguns "travellers checks" por euros e nos dirigimos a uma casa de câmbio. Perguntamos se poderiamos trocar nossos checks por euros e a atendente, uma jovem de aparência indiana informou que não haveria problema , pediu nosso passaporte e solicitou que assinassemos os cheques. De posse dos mesmos a atendente fez uma ligação, consultou uma colega e retornou informando que não poderiam efetuar a transação e que nos dirigíssemos a um banco.( Meus "travellers", sobras de outras viagens, eram do Citicorp em associação com o Banco Itaú).
Compramos lanches e algumas caríssimas garrafas de água mineral e fomos servidos por garçonetes provindas de algum país do norte da África.
Constatamos com alguma surpresa que alguns passageiros, já aguardando chamada para embarque, traziam além de suas bagagens de mão. graciosos cãozinhos, o que nos levou a crer, que são permitidas esses simpáticos "acompanhantes" junto com seus donos.
Acomodados na sala de espera passamos a conhecer alguns colegas de excursão. Constatamos que três casais eram os representantes de nossa cidade.
Eram eles, Sr. Milton, um magistrado aposentado. que exerceu importantes cargos em nosso Judicíario.De aspécto jovial e físico invejável, não parecia ter a idade de 90 anos.Sua esposa Luzia, bastante simpática e comunicativa logo entabolou descontraida conversa com Irene.
O outro casal paulistano era o Sr.Hélio, economista, alto funcionário do Banco do Brasil, aposentado, que inclusive exerceu funções por alguns anos na China e sua esposa Leni, também ex-funcionária do Banco do Brasil.
Interessante que após nosso retorno, os encontrei por várias ocasiões em concertos de música clássica, aos domingos no Centro Cultural São Paulo e mensalmente em concertos da banda Sinfônica de São Paulo, no Auditório da FIESP.
Como se vê, casal de bom gosto.
Além dos baianos e das irmãs cearenses já mencionadas, conhecemos um casal de Brasilia, mãe, filha e amiga vindas de Belo Horizonte,um casal do Espirito Santo, uma senhora gaucha e um grupo de 27 passageiros oriundos de Santa Catarina, que viajaram em outra aeronave. Essa turma se constituia no grupo de São Paulo, sob o comando do guia Dalmo.
Em contato com alguns desses passageiros constatamos que alguns receberam correspondencia da Transmundi oferendo passeios opcionais que poderiam ser reservados e pagos no Brasil em euros.Ficamos desapontados com essa falha de nossa agência uma vez que nada recebemos e porque não estavamos providos de euros suficientes e nossos "travellers" tinham se transformado num grande mico.
Outra falha da promotora da viagem foi apenas nos informar das paradas do navio, sem mencionar os locais que poderiam ser visitados. Assim descobrimos que no porto escocês de Greenock poderiamos conhecer o famoso Loch Ness, bem como a cidade de Glasgow.Na parada de Invergordon o opcional nos levaria á imperdível, Edimburgo, a belíssima capital da terra do whiskey.
Uma das importantes providencias que tomei antes da saída para a viagem foi xerocar toda a documentação, com roteiros, endereços de hotéis, cópias de passagem e entregá-los a minha filha Vivian e meu irmão Nildo, meus contatos de São Paulo.
Conhecemos também o simpático guia Coutinho, responsável pelo grupo do Rio de Janeiro, que chegou em outro voo e se reuniu conosco para a viagem à capital inglesa. O total de excursionistas passou a ser de 75.
Após voo tranquilo de cerca de 1,5 hs chegamos finalmente a nosso destino,
depois de termos chegado a Guarulhos as 12 hs de 7/8 e desembarcarmos em Londres as 17hs de 8/8, sendo o relógio atrasado em uma hora, pois o fuso horário em Londres era de 1 h a menos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

VI-Ilhas Britânicas-Encontros nostálgicos

Viagens são excelentes oportunidades para nos confrontarmos com lembranças armazenadas nos mais ocultos rincões de nossa mente
Às vezes acontecimentos fortuitos servem de estopim para lembranças de fatos ocorridos, que de outra forma permaneceriam desapercebidos.
Assinante da TV por assinatura há algum tempo, descobrí que o canal 141 da NET que hospeda a emissora étnica TV 5, Francês para a América Latina, com programação francesa, canadense e belga, passou a apresentar parte de sua programação legendada,principalmente no horário das 20,30 hs. (21,30 no horário de verão).
São ótimos documentários como os "Des racine et des ailles" em que são retratadas regiões da França e das antigas colonias africanas, excelentes séries que nos abstraem das mesmices americanas ou filmes cuja tematica em geral são os antigos, onde revemos Jean Paul Belmondo, Jeam Gabin, Caterine Deneuve, etc. e outros com temas em que se abordam histórias da França clássica, das guerras mundiais e a heróica resistência ou assuntos atuais, como os conflitos com as antigas colonias e seus emigrantes.
Dias atrás vendo o filme " A idade do lobo" em que a personagem, uma mulher algo acima do peso, se vê apreensiva com seu marido, ainda em boa forma e pronto a dar algumas "escapadas". Profissionalmente nossa heroina trabalha numa TV num programa de entrevistas e numa delas participa a antiga estrela italiana, Claudia Cardinalli, ainda muito bonita e exuberante, apesar de setentona.
Logo me veio á mente o "city tour" de Paris efetuado quando de minha recente viagem ás Ilhas Britãnicas, com "grand finale" na Cidade Luz.
Nosso guia era um pitoresto personagem, carioca,de meia idade, cabelos com uma cor indefinida entre roxo e vermelho, que se esmerou em nos mostrar em detalhes, os encantos da cidade.
Passando por uma esquina nos chamou atenção, para um edifício bem típico, onde no primeiro andar mora há alguns anos a bela diva, Claudia Cardinalli, uma das musas do cinema italiano, do pós guerra. Contou que a mesma costuma ficar na sacada do apartamento e acena para os fãs que costumam chamá-la, de forma bastante simpática e receptiva.Contou ainda, que frequentemente é vista fazendo compras na região e atende aos pedidos de autógrafo com muita solicitude.
Outro local mostrado que nos trouxe antigas reminiscências foi o famoso Teatro Olimpia, onde alguns artistas brasileiros se apresentaram, fatos divulgados de forma eufórica por nossa imprensa. Lembro-me do destaque das notícias da década de 50 quando a cantora Marlene, ali se apresentou e mais tarde Ellis Regina na década de 80 ou ainda do baiano Gilberto Gil. No ótimo documentário sobre os Dzi Croquetes, recentemente exibido, uma das atrações principais foi a temporada dos mesmos naquele teatro.
Pelo exposto, reforço a tese de que viagens são intrumentos para nos trazer á mente antigas lembranças de fatos e pessoas há muito guardados em nosso sub-consciente e que súbito afloram de forma a atingir nossa sensibilidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

V- Ilhas Britânicas- Donde estan las palomas blancas?

Marca registrada de minhas viagens é o encontro com alvas pombas nos lugares mais aprazíveis por onde passo. Nas Ilhas Britânicas não foi diferente. Logo na chegada em Londres, após nos instalarmos, decidimos dar uma volta de reconhecimento pelo bairro de Keysington.
Após poucas quadras percorridas, chegamos numa pracinha perto da estação do "underground", como é chamado o metrô londrino, Gloucester. Alí uma senhora de aspecto incomum distribuia milho para esfomeados pombos que se aglomeravam em seu redor, com grande alarido. Isso foi suficiente para enternecer Irene, que entabolou interminável conversa com a esquisita senhora, num misto de mímica e inglês peculiar. Após nos livramos do insólito diálogo prosseguimos em nosso passeio.
Na manhã seguinte em nosso "city tour" passamos por várias locais em que revoadas de pombos faziam sua agitação habitual.
O mesmo aconteceu pelo resto da viagem, em especial na surpreendente Glasgow, em cuja praça principal, em que se vislumbram em locais de destaque, estátuas dos grandes vultos da história e literatura do país, nos encantamos com a descoberta que pousadas nas cabeças dos heróis, descansavam imponentes, pombas e outras aves regionais.É um espetáculo curioso e ao mesmo tempo divertido.
No final da viagem constatamos que as "places" parisienses é local de encontro dessas "columbas" romanas, como aliás é característica da famosa Praça de São Marcos, em Veneza.
Desde tenra idade costumei me encantar com essas avezinhas em minha bucólica cidade natal, mais tarde na adolescência as admirava da janela do apartamento da Praça da Biquinha em São Vicente, onde centenas de pombas arrulhavam em seu constante jogo amoroso.
Em meus passeios matinais no Parque da Aclimação eram as pombas uma das atrações principais,e fruto da alegria da pequena Vivian.
Desde os primordios da civilização elas ocupam lugar especial nos corações e mentes da pessoas e a famosa pomba branca com seu raminho no bico, é considerada o "Símbolo da Paz".
O rico cancioneiro mexicano eterniza sua louvação na famosa canção, cuja primeira estrofe começa com o famoso verso: " una paloma blanca...".
Porém, de repente, não mais que de repente, comecei a constatar que as pombas brancas estão desaparecendo da face da terra e foram sendo substituídas por pombas cinzas, negras ou rajadas.
Será fruto da evolução das espécies que substituiu as alvas pombinhas por uma espécie mais forte, para enfrentar a crescente poluição que infesta e inferniza nossas vidas?.
Ou será que a Pomba da Paz se retirou revoltada com a crueldade dos homens, ávidos de conquistas pessoais que só pensam em corrupção, conflitos bélicos e prejudicar seus semelhantes?.
Não sei.
Apenas constado entristecido os fatos e no ãmago de meu ser, pergunto saudoso:
"Donde estan las palomas blancas?"

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ilhas Britânicas !V - Viajando por filmes, músicas e livros

Uma das recordações mais saborosas de minhas vigens é identificar fatos, locais, pessoas que conhecí, as revendo através de filmes, músicas e livros.
Minha viagem ás ilhas britânicas tem sido reprisada em minha mente, ultimamente por meio desses três instrumentos culturais.
Recentemente reví na TV um filme emocionante, uma linda história sentimental denominado " Um amor para toda uma vida" estrelado pela consagrada atriz, Shirley Mac Lane. Trata-se da saga de um casal, de classes distintas, cujo namorado é separado da amada pela guerra e é morto quando o avião em que viajava foi atingido pelo inimigo em plena Belfast. No filme que se passa na época de grande atividade do grupo IRA,a capital da Irlanda do Norte aparece como protagonista principal e desse modo pude reviver a típica arquitetura da cidade com suas casas geminadas, de cor amarronzada e suas indefectíveis chaminés. Os problemas políticos tão comentados por nossos guias, no filme são retratados com grande fidelidade.
Adoro São Paulo por sua intensa vida cultural e no momento uma das atrações principais é a 34ª Mostra de Cinema Internacional.
Um dos filmes que ví e que me trouxe belas recordações foi " O Mágico", animação do genial Jacques Tati, que foi considerado o Chaplin francês, quando do lançamento do premiado "Mon Uncle".
Neste filme, o personagem é um mágico que vê seu trabalho ser ultrapassado quando as platéias começaram a preferir shows de conjuntos de rock, à sua arte.
Vê-se então obrigado a deixar Paris, outra cidade retratada, que nos trás grande nostalgia e se dirige a Londres, onde sua saga decadente continua. No modesto hotel em que estava hospedado conhece uma jovem camareira, que se impressiona com seus truques e com o velho artista e para sua surpresa, se esconde entre sua bagagem e só é descoberta quando o mágico se dirige á Escócia em busca de melhores oportunidades.
A Escócia é retratada de maneira bastane fiel e o trem em viajavam pra Glasgow passa por regiões de criações de carneiros, vegetação típica com o inevitável mal tempo. O mágico trabalha pouco tempo num tradicional pub, frequentado por público amante de cerveja e linguajar chulo, usando skirs e que logo se cansa de seu show e volta exigir a tradicional música e danças regionais.
O mágico, seguido da fiel camareira e de seu gordo coelho, parceiro das mágicas, segue então pelas Highlands, passando pelo famoso Loch Ness, por criações dos típicos bois vermelhos e seus enormes pelos, que quase cobrem suas cabeças e num frio terrível exibe seus truques para um público reduzido.
Continuando seu périplo de nômade o mágico se dirige para a encantadora capital escocesa, Edimburgo, onde se hospeda em modesto hotel.
Alí seu espetáculo tem também vida curta e para sobreviver e poder alimentar sua jovem amiga passa a aceitar qualquer trabalho como guarda noturno de um estacionamento e manequim vivo de uma loja de roupas.
Uma das cenas mais tocantes do filme é quando nosso personagem retorna ao hotel trazendo algumas poucas salsichas para o jantar. Encontra jovem com uma panela fumegante de sopa sobre a mesa e a mesma se preocupa em levar pratos cheios a alguns outros hóspedes do hotél, artistas decadentes como seu amigo. O mágico não vendo seu coelho julgou que o mesmo tenha sido utilizado para a confecção do alimento e a expressão de seu olhar denota toda sua tristeza. A cena termina com o gordo coelho saindo debaixo do sofá saboreando afoitamente as salsichas de seu dono...
A vida continua e o mágico prossegue em sua faina para conseguir o sustento na fria e chuvosa Edimburgo.
A cidade aparece em todo seu esplendor com seu magnífico castelo medieval, onde viveram muitos reis e a famosa Mary Stuart que mais tarde casou com o Rei Henrique VIII e foi por ele aprisionada na Torre de Londres e depois executada.
As ruas, monumentos, praças são retratadas com perfeição emocionando áqueles que já lá estiveram.
Um belo dia a jovem olhando pela janela se encanta com belo jovem e é correspondida e dalí para fortuitos encontros foi breve tempo.
Um dia enquanto o mágico caminhava pelas ruas a procura de trabalho e vê atônito o jovem casal abraçado e sua amargura foi imediata.
Sobe até o ponto mais alto da cidade e num local de vegetação exuberante solta seu velho amigo coelho, para a liberdade.
O filme termina com o velho mágico com o semblante tomado pela tristeza embarcando no trem que o levaria para seu incerto futuro.
Outro filme da mostra que merece ser mencionado é o nipônico Kioto. A antiga capital imperial conhecida por seus inúmeros e belos templos é cenário de pungente história de amor.A conhecí em 2002 e só esse fato me trouxe grandes recordações.
A heroina do filme uma jovem bibliotecaria, filha de um tintureiro e tem como namorado um rapaz, aspirante a humorista que tudo faz para conseguir sucesso e assim alcançar seu grande objetivo na vida que é casar com sua amada.Porém, suas tentativas são fracassadas e o jovem teme ter que se contentar a aceitar o negócio da família que é a confecção de tofu artesanal.
Num dia em seu trabalho, nossa heroina conhece complicado professor, especialista em hidiogramas chineses, que está em sua cidade para estudar alguns pergaminhos.O professor se apaixona perdidamente pela jovem e tudo faz para conseguir sua atenção.
Isto tudo dentro do maior tradicionalismo japonês.
Um dia voltando de um festival universitário, onde seu namorado fracassa em novo teste, a jovem após discutir com o rapaz dizendo não vê nada demais em ser fabricante de tofu, vai refletir tristonha nas margens de um rio.
A cena que me chamou a atenção e justifica a presença do filme nesta pagina é que ao fundo um jovem executa num solo de piston a música que marca a vida de todo o irlandês, e que considero uma das mais nostágicas e belas do cancioneiro internacional. Trata-se de Danny Boy, executada diariamente nos pubs da Irlanda e faz com que os olhos de homens e mulheres, fiquem marejados.
Eis que alí se depara com o professor que a procurava desesperadamente e declarando seu grande amor lhe informa que deve partir no dia seguinte para Beijin, onde ganhou uma bolsa de estudos por dois anos. Transbordando de amor o professor pede que a jovem lhe acompanhe e no ato lhe entrega a passagem para o trem bala, por onde partiriam para a grande aventura amorosa.
Atônita a jovem ficou de pensar e passa a noite com grande incerteza e é aconselhada pela irmã,a não pensar duas vezes e partir com seu novo amor.
Na manhã seguinte a jovem saí sorrateiramente e escondida na estação vê o professor esperando até o último segundo sua chegada , que desolada vê o trem partir.
Na saída da estação encontra com o namorado que humildemente lhe pede desculpas e a pede em casamento sob a promessa de que se não conseguir alcançar seu sonho em um ano,desistirá e passará a gerir os negocios da família.
Enquanto Rowling, a criadora de Harry Potter, hoje uma das mulheres mais ricas do mundo, mostra em seus livros a Inglaterra moderna, em meu entender sua correspondente na Irlanda é a jovem romancista Marian Keyes. Autora de bestsellers consagrados como "Melancia", "Sushi","Tem alguém aí?","Casório", "É agora ou nunca" e o recente, "Cheio de Charme", Marian representa a irlandesa moderna e seus livros se baseiam nos pontos cardeiais, que tanto encantam suas leitoras, :problemas amorosos, de trabalho, bebidas e familiares. Lendo-a parece que estamos em Dublin ou em Londres, onde suas personagens geralmente se situam.
Livros lidos recentemente, também me remeteram á Escócia ou a velha Albion como, "Queda de Gigantes" de Ken Follett e "Os catadores de conchas" de Rosamunde Pilcher.
Enfim filmes. música e livros me ajudam a me remeter a locais visitados cujas imagens teimosamnete permanecem em minha memória.