quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ilhas Britânicas !V - Viajando por filmes, músicas e livros

Uma das recordações mais saborosas de minhas vigens é identificar fatos, locais, pessoas que conhecí, as revendo através de filmes, músicas e livros.
Minha viagem ás ilhas britânicas tem sido reprisada em minha mente, ultimamente por meio desses três instrumentos culturais.
Recentemente reví na TV um filme emocionante, uma linda história sentimental denominado " Um amor para toda uma vida" estrelado pela consagrada atriz, Shirley Mac Lane. Trata-se da saga de um casal, de classes distintas, cujo namorado é separado da amada pela guerra e é morto quando o avião em que viajava foi atingido pelo inimigo em plena Belfast. No filme que se passa na época de grande atividade do grupo IRA,a capital da Irlanda do Norte aparece como protagonista principal e desse modo pude reviver a típica arquitetura da cidade com suas casas geminadas, de cor amarronzada e suas indefectíveis chaminés. Os problemas políticos tão comentados por nossos guias, no filme são retratados com grande fidelidade.
Adoro São Paulo por sua intensa vida cultural e no momento uma das atrações principais é a 34ª Mostra de Cinema Internacional.
Um dos filmes que ví e que me trouxe belas recordações foi " O Mágico", animação do genial Jacques Tati, que foi considerado o Chaplin francês, quando do lançamento do premiado "Mon Uncle".
Neste filme, o personagem é um mágico que vê seu trabalho ser ultrapassado quando as platéias começaram a preferir shows de conjuntos de rock, à sua arte.
Vê-se então obrigado a deixar Paris, outra cidade retratada, que nos trás grande nostalgia e se dirige a Londres, onde sua saga decadente continua. No modesto hotel em que estava hospedado conhece uma jovem camareira, que se impressiona com seus truques e com o velho artista e para sua surpresa, se esconde entre sua bagagem e só é descoberta quando o mágico se dirige á Escócia em busca de melhores oportunidades.
A Escócia é retratada de maneira bastane fiel e o trem em viajavam pra Glasgow passa por regiões de criações de carneiros, vegetação típica com o inevitável mal tempo. O mágico trabalha pouco tempo num tradicional pub, frequentado por público amante de cerveja e linguajar chulo, usando skirs e que logo se cansa de seu show e volta exigir a tradicional música e danças regionais.
O mágico, seguido da fiel camareira e de seu gordo coelho, parceiro das mágicas, segue então pelas Highlands, passando pelo famoso Loch Ness, por criações dos típicos bois vermelhos e seus enormes pelos, que quase cobrem suas cabeças e num frio terrível exibe seus truques para um público reduzido.
Continuando seu périplo de nômade o mágico se dirige para a encantadora capital escocesa, Edimburgo, onde se hospeda em modesto hotel.
Alí seu espetáculo tem também vida curta e para sobreviver e poder alimentar sua jovem amiga passa a aceitar qualquer trabalho como guarda noturno de um estacionamento e manequim vivo de uma loja de roupas.
Uma das cenas mais tocantes do filme é quando nosso personagem retorna ao hotel trazendo algumas poucas salsichas para o jantar. Encontra jovem com uma panela fumegante de sopa sobre a mesa e a mesma se preocupa em levar pratos cheios a alguns outros hóspedes do hotél, artistas decadentes como seu amigo. O mágico não vendo seu coelho julgou que o mesmo tenha sido utilizado para a confecção do alimento e a expressão de seu olhar denota toda sua tristeza. A cena termina com o gordo coelho saindo debaixo do sofá saboreando afoitamente as salsichas de seu dono...
A vida continua e o mágico prossegue em sua faina para conseguir o sustento na fria e chuvosa Edimburgo.
A cidade aparece em todo seu esplendor com seu magnífico castelo medieval, onde viveram muitos reis e a famosa Mary Stuart que mais tarde casou com o Rei Henrique VIII e foi por ele aprisionada na Torre de Londres e depois executada.
As ruas, monumentos, praças são retratadas com perfeição emocionando áqueles que já lá estiveram.
Um belo dia a jovem olhando pela janela se encanta com belo jovem e é correspondida e dalí para fortuitos encontros foi breve tempo.
Um dia enquanto o mágico caminhava pelas ruas a procura de trabalho e vê atônito o jovem casal abraçado e sua amargura foi imediata.
Sobe até o ponto mais alto da cidade e num local de vegetação exuberante solta seu velho amigo coelho, para a liberdade.
O filme termina com o velho mágico com o semblante tomado pela tristeza embarcando no trem que o levaria para seu incerto futuro.
Outro filme da mostra que merece ser mencionado é o nipônico Kioto. A antiga capital imperial conhecida por seus inúmeros e belos templos é cenário de pungente história de amor.A conhecí em 2002 e só esse fato me trouxe grandes recordações.
A heroina do filme uma jovem bibliotecaria, filha de um tintureiro e tem como namorado um rapaz, aspirante a humorista que tudo faz para conseguir sucesso e assim alcançar seu grande objetivo na vida que é casar com sua amada.Porém, suas tentativas são fracassadas e o jovem teme ter que se contentar a aceitar o negócio da família que é a confecção de tofu artesanal.
Num dia em seu trabalho, nossa heroina conhece complicado professor, especialista em hidiogramas chineses, que está em sua cidade para estudar alguns pergaminhos.O professor se apaixona perdidamente pela jovem e tudo faz para conseguir sua atenção.
Isto tudo dentro do maior tradicionalismo japonês.
Um dia voltando de um festival universitário, onde seu namorado fracassa em novo teste, a jovem após discutir com o rapaz dizendo não vê nada demais em ser fabricante de tofu, vai refletir tristonha nas margens de um rio.
A cena que me chamou a atenção e justifica a presença do filme nesta pagina é que ao fundo um jovem executa num solo de piston a música que marca a vida de todo o irlandês, e que considero uma das mais nostágicas e belas do cancioneiro internacional. Trata-se de Danny Boy, executada diariamente nos pubs da Irlanda e faz com que os olhos de homens e mulheres, fiquem marejados.
Eis que alí se depara com o professor que a procurava desesperadamente e declarando seu grande amor lhe informa que deve partir no dia seguinte para Beijin, onde ganhou uma bolsa de estudos por dois anos. Transbordando de amor o professor pede que a jovem lhe acompanhe e no ato lhe entrega a passagem para o trem bala, por onde partiriam para a grande aventura amorosa.
Atônita a jovem ficou de pensar e passa a noite com grande incerteza e é aconselhada pela irmã,a não pensar duas vezes e partir com seu novo amor.
Na manhã seguinte a jovem saí sorrateiramente e escondida na estação vê o professor esperando até o último segundo sua chegada , que desolada vê o trem partir.
Na saída da estação encontra com o namorado que humildemente lhe pede desculpas e a pede em casamento sob a promessa de que se não conseguir alcançar seu sonho em um ano,desistirá e passará a gerir os negocios da família.
Enquanto Rowling, a criadora de Harry Potter, hoje uma das mulheres mais ricas do mundo, mostra em seus livros a Inglaterra moderna, em meu entender sua correspondente na Irlanda é a jovem romancista Marian Keyes. Autora de bestsellers consagrados como "Melancia", "Sushi","Tem alguém aí?","Casório", "É agora ou nunca" e o recente, "Cheio de Charme", Marian representa a irlandesa moderna e seus livros se baseiam nos pontos cardeiais, que tanto encantam suas leitoras, :problemas amorosos, de trabalho, bebidas e familiares. Lendo-a parece que estamos em Dublin ou em Londres, onde suas personagens geralmente se situam.
Livros lidos recentemente, também me remeteram á Escócia ou a velha Albion como, "Queda de Gigantes" de Ken Follett e "Os catadores de conchas" de Rosamunde Pilcher.
Enfim filmes. música e livros me ajudam a me remeter a locais visitados cujas imagens teimosamnete permanecem em minha memória.

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