segunda-feira, 25 de maio de 2009

Do Paratodos ao Marabá

Ainda no colo de meus pais, já frequentava as sessões de cinema,no velho Paratodos, em minha cidade natal e nunca mais parei.
Lembro-me quando as películas eram em preto e branco e as coloridas " um luxo".Já alfabetizado, fui me encantando com os prazeres proporcionados pela chamada sétima arte e me interessar pelos grandes ídolos da tela, alguns ainda do cinema mudo como o inigualável, Charles Chaplin, o Carlitos, e a dupla Laurel e Hardy, " O gordo
e o Magro.
As grandes atrações de bilheteria eram os musicais, filmes históricos e os chamados "faroeste".Ás segundas e quintas, eram dias dos seriados, passados logo após o filme.Flash Gordon, Nioka,o Principe Submarino nos seriados e Roy Rogers,Bill Elliot, Joe Mac Crea, Randouph Scott,Gary Cooper,John Wayne,Esther Willians, Dennis Morgan, Jack Carson, Bob Hope,Humphrey Bogart,Bud Abott e Lou Costelo, Betty Gable, Greta Garbo,Rita Hayworth,Bete Davis, Loreta Young,Barbara Standwich, entre outros, povoavam nossos corações e mentes.
No velho Paratodos, cabiam uma quatrocentas pessoas e muitas vezes era pequeno, pela ávidez com que os meus conterrãneos acorriam ao principal divertimento, que a cidade oferecia.
Suas poltronas, de madeira, estavam divididas em duas filas e corredores no meio e laterais, e o público de um modo geral, escolhia suas acomodações de acordo com o costume ou "tribos" a que pertencia.Como não havia ar condicionado, o calor muitas vezes,era "senegalesco".
No lado esquerdo, na metade da frente, ficavam os estudantes e casaizinhos de
namorados. Eram locais visados pelos vigilantes policiais , devido a bagunça que, ás vezes, se instalava.A punição era a escolha de uma vítima, ao léu,que era convidada a se retirar, mas geralmente "era abandonada", nas fileiras de trás.
Nos outros locais, ficavam os não estudantes, crianças,casados, namorados antigos, etc.
Na friza,na parte de trás, ao alto, se instalavam os casais de namorados ,"mais avançados", para os padrões da época.
O preço dos ingressos era barato e eu, menino "duro", como os demais, ainda conseguia frequentá-lo quase que diariamente, já que os filmes, de um modo geral eram constantemente trocados. Somente quando surgia um "blockbuster", havia duas sessões e o filme era reprisado, mais dias.
Nesse tempo, os garndes filmes demoravam bom tempo para serem exibidos no Brasil e ainda mais, para chegarem a minha cidade, São Manuel.Tinhamos referências dos mesmos pelos jornais, revistas e pelas pessoas que vinham da capital, visitar parentes no interior.
A Revista " O Cruzeiro', a de maior prestigio da época, tinha uma seção em que um critico, José Amadio, tecia suas impressões sobre filmes, ainda não chegados ao país. Esses artigos eram muito esperados, pelos amantes do cinema.
Os jornais da época não dedicavam muito espaço aos artistas ou filmes, como agora e se resumiam a noticiá-los, informando os locais de suas exibições. A saída era comprar uma revista que se dedicava a informar as últimas de Hollywood e seus filmes: Cinelândia.A corresponde estrangeira, em Holywood, para o Brasil, era a jornalista,Dulce Damasceno de Brito, amiga da grande Carmen Miranda e recentemente falecida.
Por volta de 1949, resolvi anotar num caderno, os filmes assistidos, mencionando: título, ator principal, procedência e cinema assistido. Na época, algumas vezes, era moda, se dirigir á cidades maiores, vizinhas, assistir em primeira mão, filmes de sucesso, que iam demorar a chegar em São Manuel.
Quando minha contagem estava chegando no primeiro milhar, em janeiro de 1956, minha família se transferiu para a capital e aí se inicia nova fase de aventuras cinematográficas.
Antes de começar esta nova etapa, presto uma homenagem aos cineastas, que criaram duas obras, em que mostraram todo seu amor pelo cinema, que são Cine Paradiso ( obra prima) e Cine Magestic ( nostálgica).Cito ainda dois escritores: Inácio de Loyola Brandão, que quem fui colega de Editôra Abril em 1966, na velha Álvaro de Carvalho, eu trabalhando em Recursos Humanos, ele na Revista Realidade. Loyola em recente artigo do Estadão faz uma trajetória sentimental dos cinemas de São Paulo,por ele conhecidos, desde sua chegada de sua cidade, Araraquara e o radialista, apresentador de TV, professor e historiador, Heródoto Barbeiro, que em seu mais recente livro, faz idêntica digressão de suas experiências cinematógraficas, sob seu prisma.
Tendo completado 16 anos anos, chegando a São Paulo tive então oportunidade de conviver com as famosas salas de cinema da capital, as quais conhecia apenas em sonhos.
Levados por meu pai, eu e meu irmão, fomos assistir ao filme, " Aposenta-se um marido", comédia musical no Cine Bandeirantes, no Largo do Paisandu, que depois reformado, passou a se denominar, Cine Ouro. Foi um deslumbre assitir um filme em confortáveis poltronas estofadas.
Depois, aos poucos, fui me ambientando á cidade grande, comecei a trabalhar, estudar á noite e usufruir do principal divertimento da época: o cinema.
Morando no bairro do Tatuapé e trabalhando no centro, na Praça Antonio Prado, passei a estudar num colégio estadual, no bairro da Penha. Á noite era uma verdadeira maratona, ir do centro, Praça Clovis Bevilacqua, de ônibus papa-fila ou bondes, até o longinquo bairro. Eram duas horas de grandes "martírios" em conduções super lotadas.
Aos sábados, a recompensa, era após as aulas, assistir filmes que eram exibidos nas quatro salas existentes no bairro. Todas passavam dois filmes, um lançamento e outro mais velho e assim tinhamos quase 4 horas de entretenimento e sonhos.
Todos ficavam num traçado em forma de trapézio, não muito distantes um do outro.O maior era o Penha Palace que ficava defronte ao ponto final do bonde, Cidade-Penha. Na Rua da Penha, a poucos metros, ficava o Penha Principe e cuja lembrança maior, foi vê-lo exibindo um dos filmes de maiores bilheterias, já conhecidas: "Marcelinho, Pão e Vinho", com o astro espanhol infantil, Pablito Calvo. Nas filas quilométricas se viam velhinhas e muitos cidadãos que raramente frequentavam cinema, tão grande foi o apelo, que esse filme causou na população.
Mais acima, na Rua João Ribeiro, ficava o Cine Jupiter, o de maior beleza arquitetônica, onde hoje se encontra O Shopping Penha. Próximo á Igreja nova do bairro, funcionava o Cine São Geraldo, de propriedade dos padres e onde não eram exibidos filemes proibidos.
Os estudantes de um modo geral costumavam burlar essa censura com alterações na idade,na carteira escolar, para a idade mágica de 18 anos, o que os transformava em
pequenos falsários.
Aliás, os filmes censurados para 18 anos, comparados com os de hoje, eram histórias da carochinha.Qualquer novela, peça de teatro, filme com censura livre, de hoje, são muitas vezes mais "pesados" que os daquela época, quer em matéria de violência ou de cenas de sexo.
A própria censura dos filmes nos estudios americanos era muito rigorosa e não se admitiam, inclusive, que se mostrasse camas de casal e muitas cenas cenas de sexo, que eram quando muito, sugeridas.
O filmes europeus que criaram o cinema mais realista, foram introduzindo costumes mais liberais, mas longe ainda do que se vê nos dias atuais.
Atrizes provocantes, como Brigitte Bardot, era vistas nuas, de longe e sem cenas sexuais, e certa vez, quando Martine Carol pareceu de seios de fora, por átimos de segundo,foi uma comoção.
Os filmes tinham censura livre, quando eram bem família e para 10, 14 e 18 anos conforme seus enredos, mais ou menos picantes ou violentos.
Alguns cinemas exibiam sessões para homens e geralmente mostravam casos escabrosos de doença( bem menos impressionantes, do que as já exibidas em programas tipo Ratinho) ou péssimas filmagens, em inocentes campos de nudismo.
Aos domingos os cinemas continuavam a ser as principais fontes de divertimentos dos paulistanos onde iam famílias, namorados e a população em geral.
Aos domingos e feriados costumava frequentar todos os cinemas do trajeto de minha residência até a cidade. Vindo da Penha tinhamos o Cine São Jorge, que hoje é uma loja de artigos variados. Próximo á minha residência foi anaugurado o moderno Cine Aladin, com ar condicionado, poltronas confortáveis e lugares numerados. O primeiro filme ali exibido foi: " Suplicio de uma Saudade" com William Holden e Jennifer Jones. Três quadras em frente, na Avenida Celso Garcia, ficava o mais popular, Cine São Luiz, que depois se tornou salão de forró. Interessante que na época, muitos cinemas da capital, por ocasião do carnaval, retiravam suas poltronas e se transformavam em salões de bailes carnavalescos, populares.
Ainda no Bairro, na Praça Silvio Romero ficava o Cine Leste.No Largo São José do Belém, o Cine São José.
Continuando na Celso Garcia, no Bairro do Belenzinho se localizava o Cine Iris e descendo a Rua Catumbí, havia um cinema com o mesmo nome. Além de ser muio fora de mão, para mim,não era grande coisa e me recordo de ter ido apenas uma vez, assistir ao famoso : Johnny Guittar.
O Brás, na época era um bairro efervescente e muita gente alí ia passear, comer pizza, visitar grandes lojas, como as Casas Pirani, Marabá, A Exposição,Eletroradiobrás, etc, e para variar,assistir filmes.
Grandes filas lotavam o Cine Universo, que tinha como atração o fato de nas noites bonitas e quentes, abrir seu teto para gáudio de seus frequentadores. Em frente á Igreja São João, estava talvez o mais bonito de todos, Cine Roxy, que hoje é uma igreja evangélica. Continuando na Celso, ficavam o Cine Brás Politeama, com arquitetura de teatro e o Cine Brás.
Em frente a Matriz do Brás, já na Av.Rangel Pestana ficava aquele que era conhecido com orgulho, por seus 4 mil lugares, como o " maior cinema do Brasil", o Cine Piratininga, hoje com o fim inglório de ser um estacionamento.
Na antiga Praça da Sé dois cinemas, que já tiveram seus dias de realce, Cinemundi e Cine Santa Helena.Alí perto um "pulgueiro" que ás vezes frequentava, para "fazer hora" para outros compromissos, Cine Texas.
Seguindo pela Rua Direita, o Cine Alhambra, famoso por ser frequentado por office- boys, que ali resumiam seus expedientes.
Perto da Praça João Mendes, estavam o Cine Joia e mais a frente os Cines: Niteroi e Tokio, que se destacavam por exibir filmes para a colonia japonesa.
Na Rua São Bento, o cinema de mesmo nome e nas redondezas o Ópera.
O Cine Cairo ficava em pleno Vale do Anhangabau, na Rua Formosa e perto dali na Praça do Paisandu, tinhamos o Cine Art Palácio, onde enfrentei a maior fila da minha vida para assistir: "Vinte mil léguas submarinas"; o Cine Bandeirantes, depois Ouro e o Cine Paisandu.No Largo do Paisandu do lado da Avenida São João foi inaugurado na época, o cinema mais chic de São Paulo, o Olido. Dotado de poltronas numeradas, largas e com excelente visibilidade, tela moderna.Antes das sessões o públido era brindado com execução de músicas clássicas, executadas ao vivo, por ótima orquestra. O traje obrigatório para as mulheres era o fino e para os homens paletó e gravata. Assistir as sessões do Olido era máximo de bom gosto.
Perto dali, na Conselheiro Crispiniano, ficava um dos cinemas mais bonitos da cidade:o Marrocos e na Antonio de Godoi, o Jussara, famosos por exibir os proibidos filmes franceses.
Subindo a São João tinhamos o Cine Broodway, depois farmácia do exército e em frente o Cine Ritz, depois Rivoli.
No começo da Avenida Ipiranga a atração era o Cine Windsor e após o famoso cruzamento Ipiranga/São Joãos cinemas, Premier e os famosos Ipiranga e do outro lado da avenida, o Cine Marabá.
Na Praça da República ficava o cinema que se orgulhava de sua tela, especializada para filmes em cinemascope, onde passou um maiores sucessos de bilheteria: O Manto Sagrado e depois filmes em Terceira Dimensão.
Na Praça Dom José Gaspar,na Av. São Luiz e numa galeria ao lado da Biblioteca Municipal, Mario de Andrade, ficava o Cine Metrópole, um dos melhores da capital.
Perto da Largo da Concórdia,que no centro ostentava o portentoso e infelizmente derrubado, Teatro Colombo, ficavam os Cines Rialto e Oberdã.
Na Rua Sete de Abril tinhamos o Cine Coral e continuando a São João o sofisticado Cine Metro,com filmes do estúdio de mesmo nome, cujas sessões matinais de desenhos, aos domingos. em especial de Tom e Jerry, era o "point" da criançada.
Mais á frente, na Praça Julio Mesquita, o Cine Regina.
Continuando , o famoso Cine Comodoro, com a maior tela de São Paulo que quando exibiu o filme Terremoto, provocou alvoroço e muita gente não conseguiu assistir, devido ao alto som, bem como o terror causado pela catástrofe, objeto do filme. O processo era chamado de Cinerama.O mesmo ocorreu com o filme " O Inferno da Torre".Outros filmes que causaram muito impacto na época foram " O bebe de Rosemary" e " O Exorcista".
Ali perto no Largo do Arouxe, ficava o cinema que lhe emprestava o nome.
Paralela á Avenida São João, na Avenida Rio Branco, tinhamos os cines Monaco, o Boulevard e após a Ipiranga, o famoso Cine Normandie, que exibia filmes europeus.
Por certo esqueci de alguns cinemas dessa região central da cidade, que costumava frequentar, mas os principais foram mencionados.
Um cinema, fora dessa área, da região dos jardins, ficou famoso por ter um filme ali exibido, provocado o maior tumulto entre os jovens.Trata-se do Cine Paulista e o filme era " O balanço das horas", com a banda de Bill Halley e sus Cometas. Era o início do Rock n`roll e a música mexeu com a mocidade, que praticamente destruiu o cinema.
Mais tarde, morando na Vila Mariana assisti filmes nos cinemas do Largo Ana Rosa, no Estrela do Bosque da Saúde e principalmente no Jamor, vizinho de minha residência. Este resistiu ao tempo, mas acabou vencido e hoje hospeda uma igreja evangélica.
O tempo foi passando, e primeiro o advento e progresso da televisão, foi mudando os hábitos da população que preferia ficar em casa e assistir aos programas da telinha e isso foi o início da decadência de nossos cinemas. Veio a televisão em cores, depois o video cassete e consequente lojas de aluguél de fitas, depois a rede Blockbuster e finalmente a Internet e a venda indiscrinada de fitas piratas, muitas vezes, lançadas antes do início da exibição de filmes nas salas. Todos estes fatores foram a pá de cal de nossos cinemas, que foram fechando e dando lugar para estacionamentos, lojas e principalmente, igrejas evangélicas.
Por todos esses fatores deixei de anotar os filmes assistidos, quando estava perto de dois mil, dada a avalanche dos filmes passados na TV e as séries, vistos ás duzias, por semana.
Vários acontecimentos reabilitaram o gosto do paulistano em frequentar cinemas. Primeiro foi o surgimento dos shoppings, que limpos, seguros e confortáveis, foram trazendo o público, novamente, para as salas de projeção.
Depois as redes como a Cinemark e seus cinemas múltiplos, com custos menores e alto padrão de imagem, grangeram o gosto do público e se tornaram campeões de frequência.
Outras iniciativas, como as Mostra Anual de Filmes, trouxeram legiões de fãs ao cinema, inclusive de outras cidades, para conhecerem centenas de obras de várias nacionalidades. Voltou o gosto de se assistir ótimos filmes ingleses, franceses, italianos, alemães, turcos, iranianos, israelitas, japoneses, chineses,argentinos, espanhois, mexicanos, inclusive brasileiros, que nos brindaram com excelentes e premiadas produções.Desse modo, retornou o interesse pelos festivais de cinema e premiações como o Globo de Ouro, o Leão de Ouro, de Cannes e em especial da glamourosa entrega do Oscar.
Muitos filmes de ponta são lançados no Brasil, simultâniamente com as grandes capitais do mundo e atores e atrizes famosos, aqui vêm para esses lançamentos.
Surgiram várias salas especiais para filmes de arte e ressurgiu a Cinemateca para os aficcionados, mais exigentes.
Jornais e revistas gastam páginas e páginas com notícias de cinema e a televisão também dá bastante espaço. A televisão á cabo possui canais que se especializaram em notícias e fofocas dos astros, com grande audiência.
Não esquecer que a televisão com seus aparelhos de DVD e sistemas, cada vez mais sofisticados, tipo Plasma e LCD, HD, também tem um público cativo, ávido para assistir seus filmes produzidos especialmente, e séries, de grande gabarito.
Na região da Paulista que havia perdido várias salas como o Gazeta, Gazetinha, Gazetão, o Astor e os cinemas do Center Três,como o Center e Liberty, ganhou novas e sofisticadas salas, como as do Bristol, as da Reserva Cultural,Geminis,e as do Bom Bril, no Conjunto Nacional, sendo que a 1 foi escolhida como a melhor da capital. Na Augusta, os Espaços Unibanco de um lado antes da Paulista e o Cinesesc, após, também merecem citação especial. Também as recuperadas salas do Belas Artes, merecem atenção de destaque.
Outra menção especial se refere ás novas e sofisticadas salas com transmissões 3D e outros serviços, o que aumenta o prazer desse programa, cada vez mais sedutor, para o público.
A inegável qualidade técnica dos filmes americanos com seus inigualáveis efeitos especiais, têm seu público cativo, campeões de bilheteria, mas os filmes europeus, asiáticos e latino-americanos brilham, por seus enredos bem contados e diferenciados.
Uma referência especial para a recente inauguração do Cine Marabá, que preservando sua notável arquitetura, tombada pelo patrimônio histórico, vem resgatar o centro da cidade, outrora fulgurante com sua cinelândia e hoje tão decadente.
Como sugestão para o revigoramento de nosso centro, outras salas poderiam resurgir. Como exemplo cito: Marrocos, Ipiranga,Paisandu, Comodoro e Metrópole.
Por que não se criar no Shopping Light, tão frequentado e num local privilegiado, defronte ao Teatro Municipal, um andar com várias salas, á exemplo dos outros congêneres. Tenho certeza que seria um empreendimento vitorioso, ajudaria a recuperação do centro e atrairia muitos turistas.
Como admirador da arte inventada pelos Irmãos Lumière, atrevo-me a fazer a lista dos 10 filmes, que mais marcaram minha trajetória de expectador, assiduo dos cinemas.
1 - E o vento levou - Incrivelmente lançado em 1939, permanece até hoje imbatível, por sua narrativa, da epópeia de uma família sulina, durante a guerra da secessão americana, efeitos especiais inacreditáveis, para a época da produção e atuações memoráveis de Vivien Leigh, Clark Gable e Olivia de Haviland.
2- Ben Hur - Drama histórico belíssimo e em especial com a emocionante corrida de bigas e atuação deslumbrante de Charlton Heston.
3- Um lugar ao sol -Adaptação da peça Uma tragédia Americana com um par de astros, talvez com maior identifição do cinema: Montgomery Crift e Elizabeth Taylor.
4- O Manto Sagrado - Nunca uma história religiosa foi tão em mostrada num filme. Destaque especial, para o astro Richard Burton.
5- Quo Vadis? - A historia dos primeiros cristãos e o explendor e decadência moral do Império Romano, nunca foram tão bem explorados. Destaque para Robert Taylor e Jean Simmons.
6- O Salário do Medo - Filme de poucos recursos, em preto e branco, com magistral direção de Jean Crouzot. narra a odisséia de um um motorista de caminhão carregando uma carga de nitroglicerina, numa tortuosa, precária e perigosa estrada.
7- Se todos os homens do mundo - Filme de uma sensibilidade extrema, com um enredo em que marujos em auto mar, são acometidos de escorbuto, pedem ajuda via rádio e rádio-amadores, fazem uma corrente mundial de solidariedade, visando o socorro daqueles desesperados.
8-O poderoso chefão - A trilha é ótima, o primeiro, com interpretação magistral de Marlon Brando, mas a crítica em geral sugere o dois, como imbatível, destacando a interpretação de Al Pacino.
9- Os Intocáveis- considerado o policial mais bem elaborado, com atuações notáveis, em especial, do grande Sean Connery. A cena do carrinho de bebe, caindo pela escadaria, que homenageia, O Couraçado de Potenkin, é antológica.
Como 10 á escolher: "Dançando na Chuva", como homenagem aos musicais e Gene Kelly e sua dança inesquecível, "A um passo da Eternidade", drama de guerra, com magistral e reabilitadora interpretação de Frank Sinatra,"O Julgamento de Nuremberg", a guerra em seus aspéctos mais sofridos, com Spencer Tracy inesquecível,"Os melhores anos de nossa vida", "O Gradiador", "Quanto mais quente melhor","Os deuses vencidos", " Casablanca", "Juventude Transviada","Tempos Modernos", etc,etc, etc.

Um comentário:

  1. Nilson, em 2005 eu lancei a REVISTA DO CINEMA MACHADENSE (1911-2005), abordando a trajet´roia das salas de cinema de nossa cidade. Eu levei um ano e meio para prepará-la. Lendo este magnífico artigo que você escreveu dá aquela sensaçãoque o Cinema continua pulsante. É claro que não podemos comparar a era dourada da Sétimas Arte com o atual. Mas, graças às cinematecas, festivais e aos esforços daqueles que ainda lutam para manter a chama do cinema acesa; que o bom e velho cinema continuará para sempre em nossasmentes, almas e corações.
    Parabéns pelo seu texto. Caso queira conhecer a minha revista eu mandarei um CD com o artigo em PDF.
    Foram mil exemplaresdistribuídos em instituições culturais de Minas, Rio e São Paulo. Na Biblioteca Mario de Andrade você encontrará um exemplar da REVISTA DO CINEMA MACHADENSE, assim como na FAAP.

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