sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

WELTON CARLOS DE CASTRO

Welton era uma daquelas pessoas que se destacavam em quaisquer grupos em que estava presente. Comunicativo e carismático, logo fazia amigos e grangeava simpatia geral.
Meu primeiro contato com ele se deu no longínquo ano de 1965 quando prestavamos vestibular para o curso de direito na Universidade Mackenzie.
Durante as provas, Welton logo se fez notado por ser falante e estar sempre otimista. Assim, foi com grande satisfação que constatamos que entre os calouros aprovados ele estava, inclusive em nossa turma A.
Extrovertido, Welton foi logo se enturmando e se instalou no bloco do fundão da sala e eu mais caxias, perto da fila do gargarejo. Garoto "isperto" Welton logo ficou conhecido como Carioca, e assim o chamamos pela vida afora.
O destino nos aproximou ainda mais, já no início do curso quando um colega de turma, Manoel Raposo, nos convidou para trabalharmos no Banco da Bahia, onde exercia o cargo de Gerente Administrativo.
Ali fomos, eu, Juraci, Lucas, Luiz Schmidt na Sucursal São Paulo, Toi na Agência Taboão e Welton e Marcio Cypriano ( hoje presidente do Bradesco) na Agência Augusta.
Em 1972 com a incorporação do Banco da Bahia pelo Bradesco esse grupo infelizmente se separou, e somente nos reencontramos alguns anos mais tarde.
Quando cursavamos o quarto ano a faculdade autorizou a formação de um coral e Welton logo ingressou e se tornou um dos membros mais entusiastas do mesmo. Por ocasião de nossa formatura o coral conseguiu como comemoração uma série de apresentações na Europa e Welton
com sua competência empreendedora foi o principal responsável pelo sucesso dessa excursão tendo conseguido número expressivo de adesões a essa viagem.
Nesse evento coroou um momento marcante de sua vida casando-se e tendo a viagem como inesquecível lua de mel.
Infelizmente por razões de trabalho não pude participatar desse final glorioso de nosso curso, fato que lamento até hoje.
Nos primeiros anos de profissão cada um seguiu sua vida e por uns tempos deixamos de nos encontrar inclusíve por que fui prestar meus serviços em outro estado.
Por volta de 1980 retornei a São Paulo e participando de um congresso sobre Direito do Trabalho tive a grata satisfação de encontrar Welton como um dos presentes, o qual estava trabalhando salvo engano na Fundacentro e assim retornamos nossos contatos.
Soube então que periodicamente eram organizados encontros com colegas da turma de Centenário Mackenzista e Welton se encarregou de me convocar para esses encontros festivos.
Participei de vários, geralmente numa pizzaria ao lado do Friday`s, no final da Jucelino e nessas ocasiões Welton era o agrutinador principal das mesmas pos seu espírito festivo e amigo.
Noutras, como num sítio em Itu, e num restaurante em Higienópolis por razões de saúde em família num pude comparecer, para minha decepção.
Nesse ínterim tivemos vários encontros pessoais, alguns ocasionais, sempre que no último a cerca de um ano, Welton me falou com muito orgulho de sua realização familiar mencionando a satisfação com seu casal de filhos encaminhados profissional e afetivamente.
Para minha dolorosa surpresa há menos de três meses lendo um exemplar do Estado de São Paulo, da véspera ví com olhos céticos e marejados o anúncio da missa de sétimo dia do Dr. Welton Carlos de Castro.
Com dificuldade para acreditar o que lia, já que a imagem de Welton sempre jovial e alegre não condizia com a realidade, entrei em contato com sua esposa a qual me confirmou a infausta notícia. Infelizmente meu contato com os colegas Mackenzistas era ele e assim num pude despedir-me pessoalmente do amigo. Faço-o por este despretencioso mas sincero escrito.
Welton padeceu de pertinaz moléstia que celeremente ceifou sua alegria e de seus familiares e amigos e deixou nos que o conheceram, uma enorme saudade.
Por certo, hoje está num lugar merecedor por seus atos em vida e imagino que já um lidera um grupo de amigos, que antes de nós foram cursar um pós-graduação no Paraiso como os inesquecíveis Rui Amadio, Rafael Lopes, Tarek, Rosa, Celso, Vicente e outros, tendo no corpo docente os saudosos Professores Viana de Morais, Pinto Antunes, Barbosa, Genésio, Loureiro Junior, Cid, Benevides, Darci, Ulisses Guimarães...

Um comentário:

  1. ...e uma memória de elefante para lembrar-se de nomes, sobrenomes e do significado de palavras como "pertinaz", "célere", "infausto".
    Isso explica muitas coisas, como por exemplo, porque a Vivian é assim.

    Sou amiga dela.
    Prazer, Sr. Nilson.
    Muito satisfeita em lê-lo.
    A intelectualidade é um forte da família, percebo.
    Que bom que a tecnologia facilita o acesso às preciosidades alheias.
    Estou aqui para colhê-las.
    E é um prazer.

    Um grande abraço!

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