terça-feira, 13 de janeiro de 2009

SONHO

O sonho no seu aspécto normal, ou no derivado, apavorante, o pesadelo, pode ser apresentado em seu sentido substantivo ou no abstrato.
No sentido abstrato o sonho é aquilo que se almeja conseguir, algo até certo ponto ilusório, como sonhar ganhar sozinho a mega-sena e o pesadelo é ver o Timão novamente na segunda divisão.
Em minha monografia do término de meu curso de especialização de Didática para o Ensino Superior utilizei o sonho como metáfora na frase dedicatória " Para quem ousa sonhar nada é impossível".
O sonho nesse sentido já foi objeto de obras literária como no famoso " O feijão e o sonho" de Origenes Lessa em que a personagem principal um burocrata, procura fugir de seu dia a dia monótono e insípido, divagando sobre grandes realizações que gostaria de fazer, levando assim uma vida de ilusão, para desilusão de sua esposa, que de pés no chão queria ver mais feijão na mesa.
Já o sonho em seu sentido normal, como uma fase do sono, foi estudado e esmiuçado de todas as maneiras por médicos, analistas, psiquiatras, poetas, escritores e leigos.
Tempos atrás, foi moda a interpretação de sonhos e raro era o jornal ou revista que não tinha sua coluna especializada, pronta a analisar os sonhos de seus ávidos e crédulos consulentes.Havia inclusive programas de rádio e mesmo da televisão que dramatizavam os sonhos dos ouvintes e ofereciam suas interpretações. Na ocasião o ibope era altíssimo, e se rivalizava com as novelas da época.
Para o pai da psicanálise, Sigimund Freud, a análise dos sonhos tinha fator preponderante em seus tratamentos e para o mesmo trazia uma conotação sexual.
Para se levar uma vida sadia é necessário dormir,sendo o sono o chamado alimento da alma. O sono diário passa por várias fases sendo que o sonho pode ser considerado a principal.
Nosso cérebro é composto por inúmeras células nervosas ligadas por todo o corpo.
Os ritmos cerebrais são medidos em ciclos por segundo. Existem quatro categorias principais de rítmos cerebrais: Beta, Alfa, Teta e Delta.
Quando estamos acordados, em plena atividade de nossos cinco sentidos estamos em estado Beta.
Toda noite quando dormimos as atividades cerebrais mudam de frequencia diminuindo seu rítmo para Alfa, depois para Teta, Delta, seguindo depois o sentido inverso.
O sonho vem quando estamos em Alfa, aprofundando-se em Teta, passando para Delta quando estamos em sono muito profundo.
Geralmente sonhamos aquilo que nos chamou atenção durante o dia e que guardamos no sub-consciente. Dormindo estamos relaxados e esses acontecimentos afloram em nossos sonhos.
Muitas vezes fatos passados, escondidos em partes remotas de nossa mente entram em nossos sonhos e quando acordamos não vemos conexão com o que sonhamos. Freud argumentava que principalmente nos adultos, muito do que sonhamos tem conotação sexual.
Toda sua teoria está descrita em sua famosa obra" Interpretação dos Sonhos".
Como toda pessoa, sonho muito e muitas vezes ao acordar acho-os tão interessantes que gostaria de ter um papel ao lado da cama para registrá-los, já que a tendência é nos esquecermos rapidamente dos mesmos. Alguns em meu entender são muito criativos e parecem verdadeiros roteiros de filmes.
O que me inspirou a escrever este artigo ocorreu recentemente e me lembro que acordei rindo.
Foi mais ou menos o seguinte:
Estava eu trabalhando numa empresa, que acredito ser uma paraestatal ( na vida real, trabalhei em várias), quando me deparei sobre uma mesa com uma série de prospéctos acerca da transposição do rio São Francisco. Esse prospécto anunciava que haveria na empresa uma apresentação no auditório sobre esse assunto, o qual me interessei e resolví assisti-la.
Na cena seguinte me ví sentado entre outros participantes, com um amigo de longa data, com o qual nos últimos anos tenho tido encontros casuais e esporádicos.
Trata-se de um Gerente de Recursos Humanos e Professor Universitário chamado Arthur Luloian. A última vez que o ví foi há cerca de oito meses, casualmente no Conjunto Nacional.
Na palestra estavamos sentados, lado a lado.
A apresentadora da palestra esta uma senhora nordestina, funcionária de alguma autarquia governamental, que utilizava um daqueles antigos quadro-negros para expor o tema e ia escrevendo tal como uma daquelas professoras antigas, as áreas e hierarquias dos diversos setores que formavam o processo de engenharia e administração dos responsáveis pelas obras da transposição do Rio São Francisco.
Com seu sotaque carregado, ia falando e escrevendo no quadro negro. Nós participantes anotavamos o que ia sendo inserido no quadro.
Tal como acontecia quando estávamos no primário, às vezes, a claridade impedia de entendermos o que estava escrito e recorriamos à palestrante para esclarecer a questão.
Ora era eu, ora Arthur.
Minha dúvida culminante foi quando numa relação de nomes de um chefe de setor, de uma área da empresa, perguntei à palestrante o nome do ilustre personagem.
Recebí a seguinte resposta.É Lavucio do Nascimento, ao que ela complementou:
Íh, agora estou em dúvida, não sei se é Lavucio ou Lavurcio, vou ter de consultar.
Nesse instante acordei e rí, não somente pelo sonho estapafúrdio, como também pela dúvida da palestrante nordestina e pelo costume de nossos irmãos do nordeste de dar nomes tão hilários a seus filhos.

















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