quarta-feira, 23 de junho de 2010

Meus outros eu

Dizem os entendidos que todo o indivíduo tem em alguma parte do mundo, um sósia perfeito, com características iguais, embora com consciência e raciocínios diferentes. é seu alter ego.
Na realidade dentre os bilhões de seres humanos viventes e os que já passaram por este "vale de lágrimas" não considerando os fatores genéticos ou DNAs, naturalmente existem muita gente com aparência similar, ao menos por algum periodo de suas existências, antes que os estragos do tempo, faça suas interferências. Afinal o Criador, não teve tanta criatividade assim e muita gente tem proximidade no tipo físico.
Nem falo das similaridades artificiais oriundas das operações plásticas que padronizam narizes, lábios, etc, dos botox atuais, dos cortes de cabelos, das perucas, das variadas matizes capilares, etc.
Em meu próprio ambiente familiar constituido de eu próprio, minha esposa Irene e minha filha Vivian pude constatar a veracidade e constatação de minhas afirmações.
Irene, quando namoravamos, muito jovem, esbelta e com longas melenas claras, para mim era muito parecida com a graciosa cantora francesa, Françoise Hardy. Mais tarde, alguns a acharam idêntica com a jovem e esfusiante Rita Lee.
Algum tempo depois passou a ser confundida com a atriz Terezinha Sodré e a seguir passou a fase de Renata Sorrah, Shirley Maclane e mesmo da comediante Berta Loran. Ainda ontem alguém a achou parecidíssima com a escritora Clarice Linspector, cuja vida está em evidência em peça teatral,com interpretação magistral da grander atriz, Beth Goulart.
Vivian, desde seu tempo de colégio, foi confundida na rua com a atriz Mariana Ximenes, logo após comercial de grande evidência na época, que a lançou na grande mídia.
Eu mesmo não fujo a essa regra familiar e durante bom tempo fui confundido com o político, Paulo Maluf, quando ele ainda era Salim.Além dos comentários da época, dois fatos atestam essa infausta semelhança.
Na festa de fim de ano do longínquo 1979, na empresa em que trabalhava , fui encarregado de ser o mestre de cerimônias do evento e assim fui fotografado empunhando o microfone ao fazer as apresentações. Como a foto ficou boa, fiz um poster da mesma e vaidoso coloquei-o em meu escritório de minha casa.
Certo dia uma diarista confidenciou á minha esposa.
_ Puxa, seu Nilson é admirador mesmo do Mafuf, pois mantém esse retrato grande dele, no escritório...
De outra feita, fui com meu irmão, Irene e Vivian conhecer a terra natal de meu pai, a pequena, porém simpática, Santa Branca, no início do Vale do Paraiba. Ao visitarmos a Matriz da cidade, na praça principal notei que estava sendo alvo da curiosidade geral e logo descobrí o motivo. Naquele dia, o então governador Maluf visitaria Santa Branca e o povo achou que o visitante da Igreja, que era eu, era o próprio. Pouco depois a comitiva oficial chegou...
Hoje em dia,descobriram que sou a cara do escritor Luiz Fernando Veríssímo.O oftalmogista que atende Irene, só me chama de Luiz Fernando.
Certa vez, durante um cruzeiro de fim de ano, um casal se aproximou e pediu um autógrafo julgando que eu era uma das atrações do passeio... e há poucos dias, numa terça-feira, no Teatro Eva Hertz, durante uma sessão de jazz do conjunto de Tito Martino, uma expectadora me interpelou seu eu não era o grande escritor gaucho, famoso também por ser fan de jazz...
Enfim a vida vai apresentando suas peças e vamos nos conformando com o que nos vai acontecendo e que as mutações na aparência vão ocorrendo e isso acontece com todos, sósias ou não.Quem viu, Brigite Bardot ou Alain Delon, de ontem e hoje, não se conformaria de um dia ter sido confundido com os mesmos, em seus períodos áureos.

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