quarta-feira, 7 de outubro de 2009

nicotina do mal

O hábito de tragar fumaça de nicotina ou outros produtos similares viciantes vem de tempos imorredouros da humanidade.
Os silvícolas costumam se confraternizar trocando baforadas do mesmo cachimbo entre seus circunstantes.
Árabes ficam horas divagando entre si, enquanto aspiram seus aromáticos,misturados à água em seus narquiles coletivos.
O colonizador degradou o povo chines incentivando a prática de se ingerir ópio, visando enfraquecer a moral do povo e facilitar sua dominação.
O hábito do fumo pode ser usufruido por vários intermédios. Pode ser através de charmosos cachimbos, herança dos "snobs" ingleses, cujo representante máximo foi o indefectível detetive Sherlock Holmes, personagem criado pelo escritor, Conan Doyle, agraciado pela coroa britânica com o honorífico título,Sir.
Ou ainda pelos cheirosos charutos, que tem em Cuba, seu principal produtor e seu consumidor mais famoso, foi outro inglês, outro Sir, Winston Churchil.
Nossos caipiras adotaram o cigarro feito com palha seca de milho e fumo de corda e o associaram com um gole de cachaça e uma suculenta cuspida.
Entretanto o boom no ato de fumar foi propiciado com a descoberta do cigarro de papel, e imensas plantações de fumo ocuparam grande parte das terras aráveis de países produtores, entre eles o Brasil. Isso ocorreu no início do século XX.
Em filme produzido na década de 50, em Hollywood, foi descrita a epopéia do cigarro desde sua descoberta, o aperfeiçoamento de máquinas que produziam milhões de maços e sua crescente popularização entre um número de consumidores cada vez mais crescente.
Os empresários do ramo logo descobriram a enorme influência da publicidade para o aumento vertiginoso de seu consumo e passaram a associar o hábito do fumo a prazeres e realizações das pessoas.
Assim o esportista conseguia melhores resultados fumando tal marca. Lindas mulheres eram seduzidas por fumantes charmoso. O prazer de dirigir, dançar, nadar, viajar;o rendimento do trabalho, dos estudos, etc, estavam ligados ao hábito das baforadas.
Em recente exposição acerca da publicidade de cigarros das primeiras décadas do século XX, mostra bebês, sugerindo a seus pais tal marca de cigarro, médicos, dentistas, enfermeiras, astros do esportes,o próprio Papai Noel, cantores e artistas como Frank Sinatra, Joan Crawford,Lucille Ball,o ex presidente Ronald Reagan e muitos outros, em sugestivos cartazes pregando as delícias do fumo.
Logo se descobriu os efeitos da propaganda subliminar e nos filmes, peças, espetáculos,novelas, etc, o fumar tornou-se tão comum como o respirar. As grandes fábricas passaram a patrocinar corridas, shows, espetáculos culturais, peças teatrais passando para a população a imagem de verdadeiros mecenas das artes.
No interior, crianças procuravam imitar os adultos através de cigarros feitos de talos secos de pés de xuxu ou consumindo cigarros de chocolate cujas embalagens sugeriam maços verdadeiros.
As primeiras palavras daqueles que começaram a denunciar os malefícios do fumo eram caladas pelo poder econômico que as sucofavam e o cigarro continuava cada vez mais soberano e procurando aumentar mais seu mercado consumidor,alcançando novos nichos, como o crescente público feminino.
Companhias de aviação ofereciam a seus passageiros pequenos maços para consumo à bordo.
Os governos embora alertados pelos médicos pouco faziam para estancar esse espantoso aumento da indústria tabageira, preocupados que estavam em conseguir elevadas dívisas
auferidas pelos altos impostos cobrados ás indústrias do tabaco. Em alguns países era a principal fonte de renda.
Aos poucos alguns países ocidentais foram se apercebendo dos prejuízos causados à saúde pela nicotina e outros produtos químicos existentes nos cigarros começaram a criar restrições ao ato de fumar.
Leis foram criadas dificultando a veiculação de propagando do cigarro em determinados horários nas TVs. Intensa campanha publicitária começou a alertar a população dos riscos para a saúde, principalmente para as doenças cardíacas, respiratórias, etc.
Divulgou-se o grande número de recursos que eram gastos para os estados fazerem face às despesas para o tratamentos médicos originados pelo uso do tabaco.
Os fabricantes de cigarro foram obrigados a estamparem nos maços fotos horripilantes de doentes com marcas das consequencias das doenças.
Finalmente alguns países em boa hora adotaram posturas mais drásticas no cambate ao fumo. É o caso do Brasil e em especial o Estado de São Paulo onde o fumo foi proibido na maioria dos locais públicos fechados.
A lei tem produzido resultados , está sendo respeitada e os não fumantes agora ficam livres de sofrer os malefícios de suportarem ambientes impregnados de nicotina.
Infelizmente nem todos os países adotaram medidas idênticas e principalmente no oriente o uso do tabaco continua livre e intocável.
Nesta data, 31 de maio se comemora o Dia Mundial sem Tabaco promovido pela OMS, Organização Mundial da Saúde o o foco da campanha são as mulheres, pois muitas são recaucitantes em abandonar o hábito de fumar.
O tabagismo é o responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma. Desse modo deixar de fumar deve ser no mínimo, um ato de amor.